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Investidores e mercados abalados com planos de nacionalização de Chávez
O anúncio do presidente venezuelano de que irá nacionalizar todos antigos monopólios estatais entretanto privatizados promete provocar tremendas ondas de choque nos mercados e junto dos investidores, especialmente os estrangeiros.
O anúncio do presidente venezuelano de que irá nacionalizar todos antigos monopólios estatais entretanto privatizados promete provocar tremendas ondas de choque nos mercados e junto dos investidores, especialmente os estrangeiros.
O discurso de Hugo Chávez, proferido ontem à noite após o fecho da bolsa de Caracas, provocou de imediato uma depreciação de 17% do bolívar contra o dólar e uma queda de 14% no valor das acções cotadas em Nova Iorque da operadora de telecomunicações, a Companhia Nacional Telefonos de Venezuela (CANTV), que o presidente mencionou especificamente como sendo uma das que irá nacionalizar.
A CANTV é o segundo peso-pesado da Bolsa de Caracas, pelo que os analistas esperam hoje grande agitação entre os investidores. "Todos os sectores importantes e estratégicos, como a electricidade, todos os que foram privatizados, vão ser nacionalizados", anunciou Chávez num discurso transmitido pela televisão.
Em paralelo, o ministro da Energia divulgou uma declaração em que anunciou que as quatro "joint-ventures" na área da energia também deverão ser nacionalizadas. O Governo tem vindo a negociar a possibilidade de conceder o controlo maioritário destas à petrolífera estatal, Petróleos de Venezuela SA, deixando, no entanto, uma posição minoritária para empresas estrangeiras, designadamente as norte-americanas Exxon Mobil e Chevron e as europeias Total e ConocoPhillips.
No seu discurso, proferido por ocasião da tomada de posse do novo Governo, Hugo Chávez afirmou ainda que vai retirar o estatuto de independência ao banco central para corrigir o que diz ter sido "um dos maiores erros da Constituição" e que vai alterar profundamente o código comercial, de modo a acelerar a transição para o socialismo.