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Investidores chineses procuram pechinchas para comprar na Europa

As empresas chinesas estão a preparar-se para aquisições com descontos na Europa, onde a pandemia do coronavírus levou empresas a uma corrida por empréstimos para não fecharem as portas.

O distrito financeiro de Paris é um dos alvos das empresas chinesas Bloomberg
11 de Abril de 2020 às 13:00
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Os banqueiros estão a observar um aumento das consultas de empresas e fundos chineses de olho em alvos na Europa, disseram à Bloomberg fontes que não quiseram ser identificadas. Muitos dos potenciais compradores são companhias estatais, disseram. Essas negociações preliminares coincidem com a queda do valor de mercado de empresas listadas no índice MSCI Europe, que acompanha o desempenho do mercado desenvolvido no continente. O índice acumula uma queda de 23% este ano, a pior queda desde a crise financeira global.

As ofertas lideradas por empresas chinesas, particularmente as controladas ou com participação do estado, podem resultar em conflitos com governos europeus, que se mostraram dispostos a defender os seus setores estratégicos.

Na Europa, setores como a aviação, hotelaria e ligas de futebol procuram ajuda financeira devido à paralisação dos negócios provocada pela pandemia, que afeta a liquidez. Antecipando potenciais ofertas hostis, que incluem investidores chineses, algumas empresas europeias começam a recorrer a estratégias de defesa, disseram as fontes. Banqueiros foram consultados para ajudá-las a defenderem-se de possíveis aquisições, disseram.

Embora as restrições relacionadas com a pandemia e as viagens globais signifiquem que os acordos não serão fechados tão cedo, investidores chineses estão ansiosos para explorar, pois veem menos concorrência de empresas estrangeiras que agora estão ocupadas em lidar com o surto, disseram as fontes.

Empresas privadas chinesas também começam a caçar alvos. A Fosun International disse no mês passado em comunicado que o conglomerado chinês buscará oportunidades de investimento em todo o mundo numa altura de queda dos preços dos ativos durante a pandemia. A Shanghai Yuyuan Tourist Mart, uma unidade da Fosun cotada em Xangai, recentemente anunciou a aquisição de 55,4% da joelharia francesa Djula por 210 milhões de yuans (30 milhões de dólares).

"Ainda pode ser cedo, mas esperamos ver um aumento gradual da atividade no segundo semestre do ano por parte de empresas chinesas que tentam fazer negócios na região da Ásia-Pacífico e no exterior", disse por telefone Yang Wang, sócio do escritório de advocacia Dechert, em Hong Kong.

Um banqueiro consultado por investidores chineses disse que as empresas avaliam ativos em regiões consideradas favoráveis à China, incluindo o sul da Europa, América do Sul, África e Médio Oriente .

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