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Swap: Riscos no Metro de Lisboa foram apresentados ao Governo em 2010

A Metro de Lisboa contratou à Morgan Stanley um estudo sobre as operações "swap" existentes, cujas conclusões foram apresentadas ao Ministério das Finanças, então liderado por Teixeira dos Santos, afirmou o antigo presidente do Metro de Lisboa, Cardoso dos Reis

Pedro Elias/Negócios
12 de Setembro de 2013 às 17:22
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O antigo presidente do Metro de Lisboa, Cardoso dos Reis afirmou esta quinta-feira no parlamento que, em Agosto de 2010, fez um retrato global sobre a empresa ao Governo, que incluía informação sobre a carteira de 'swap' e sobre os riscos associados.

 

Na comissão de inquérito parlamentar aos 'swap', Francisco Cardoso dos Reis, que liderou a empresa entre Junho de 2010 e Agosto de 2012, explicou que "aproximadamente um mês após a entrada em funções, em Agosto de 2010, foi transmitido à tutela sectorial [secretaria de Estado dos Transportes] um ponto da situação global da empresa, incluindo uma apresentação específica sobre o portefólio de derivados e os riscos já identificados".

 

Nessa primeira reunião, a nova administração - que sucedeu à de Joaquim Reis, que foi ouvido esta manhã na mesma comissão - defendeu uma estratégia que passava por "sempre que houvesse oportunidade, reduzir o risco" das operações existentes, evitando assim "a tentação de adiar um potencial problema", que foi validada pela tutela. 

 

Neste âmbito, acrescentou, partiu do conselho de administração a iniciativa de contratar à Morgan Stanley um estudo sobre as operações existentes, cujas conclusões, acrescentou, foram apresentadas ao Ministério das Finanças [então liderado por Teixeira dos Santos] em Novembro de 2010.

 

"Em termos gerais, a estratégia passava pela adopção de uma política conservadora de redução de risco, de minimização dos encargos estimados e de redução da exposição a indexantes não directamente relacionados com o passivo remunerado da empresa", disse. 

 

Entretanto, acrescentou, foram realizadas duas operações de cessão da posição contratual, com redução do respectivo risco, dez operações de reestruturação também com redução de risco e uma operação de renovação, iniciativa em articulação com o IGCP.

 

Na comissão parlamentar de inquérito aos 'swap', Cardoso dos Reis explicou que quando chegou ao Metro de Lisboa, em Junho de 2010, encontrou "uma carteira [de instrumentos de gestão de risco financeiro] complexa e com um significativo nível de risco embutido nos contratos já existentes, composta por 75 contratos, incluindo reestruturações, com "uma significativa diversidade de indexantes".

 

Cardoso dos Reis saiu do Metro de Lisboa em Agosto de 2012, altura em que o atual Executivo decidiu avançar com a fusão do conselho de administração da empresa com a da Carris, sendo sucedido no cargo por Silva Rodrigues, que acabou por ser demitido na sequência do caso dos 'swap' em junho.

 

De acordo com o relatório do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, as operações de cobertura de risco da taxa de juro ('swap') do Metro de Lisboa têm perdas potenciais de 1,4 mil milhões de euros, quase metade do valor das perdas de todas as empresas públicas.

 

O Metro de Lisboa contabilizava 66 contratos desta natureza, que representavam no final de Setembro do ano passado perdas potenciais de 1,4 mil milhões de euros de um total de 3,3 mil milhões de euros para o universo de empresas do Estado.

 

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