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Há mais empresas espanholas a operar em Portugal, mas são as alemãs que produzem mais riqueza
A maioria das filiais de empresas estrangeiras em Portugal são espanholas, mas são as alemãs que mais riqueza geram. Estão mais focadas nas exportações do que as nacionais e empregam em média mais trabalhadores. Irlanda e Hungria são os países onde as empresas estrangeiras mais pesam.
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As empresas estrangeiras têm um peso residual no total das sociedades não financeiras em Portugal (1,4%), mas são responsáveis por 21,8% do volume de negócios total e por 19,9% do valor acrescentado bruto (VAB) das sociedades em Portugal.
Os dados foram divulgados esta sexta-feira, 19 de Setembro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e revelam que a maioria das filiais são controladas por entidades baseadas em países da União Europeia (75,3%). Espanha surge à cabeça (26,2%), seguida por França (14,6%), Alemanha (8,4%) e Inglaterra (8,3%).
Mas se a maioria das sociedades tem origem em Espanha, são as empresas alemãs que mais produziram riqueza entre as estrangeiras, registando um valor bruto acrescentado de 17,7%.
No espaço de quatro anos até 2012, as filiais germânicas passaram da quarta para a primeira posição na geração de riqueza. Seguem-se as empresas espanholas (16%), francesas (14,6%) e inglesas (8,3%).
Mas qual o perfil destas empresas? Empregam em média 66,5 trabalhadores por empresa, contra os 6,8 trabalhadores nas sociedades nacionais. Mais de 6% das filiais são de grande dimensão, com estas últimas a empregarem dois terços dos trabalhadores totais das sociedades estrangeiras.
Estas grandes empresas estrangeiras contribuem com 63,8% para o volume de negócios e 61,6% para o valor acrescentado bruto do total destas filiais. A maioria destas filiais (52,2%) exercem uma actividade relacionada com os sectores do comércio ou indústria e energia (79,4% do volume total de negócios).
Irlanda e Hungria são os países onde as filiais pesam mais
O peso das filiais estrangeiras foi mais elevado na União Europeia em 2011 do que em Portugal, correspondendo a 27,4% do volume de negócios e 22,6% do valor acrescentado bruto (contra os 21,8% e 19,9% respectivamente).
Destaque para a Irlanda e a Hungria, onde a maioria da geração de riqueza (56,2% e 51,9% respectivamente) foi gerado por sociedades estrangeiras.
A Irlanda beneficiou por ser a base europeia de várias multinacionais norte-americanas dos sectores das tecnologias de informação, serviços financeiros e indústria farmacêutica. Já a Hungria tem muitas filiais estrangeiras de produção automóvel e componentes electrónicos.
Em Portugal, as filiais estrangeiras estão mais dedicadas aos mercados externos, com as sociedades exportadoras a corresponderem a 28,2% do total de empresas estrangeiras e a 38,7% da produção de riqueza.
Já as sociedades exportadoras nacionais pesam 5,2% no número total de empresas e 18,1% no VAB, focando-se assim mais no mercado interno.
Segundo o INE, as filiais apresentam taxas de sobrevivência superiores. Mais de 85% das filiais nascidas em 2008 ainda existiam em 2012, face à taxa de 58,4% das sociedades nacionais.
Comparando 2008 e 2012, foram as empresas norte-americanas que fecharam mais as portas em Portugal (-9%), assim como as espanholas (-8%). Em termos de valor acrescentado bruto, foram também as norte-americanas que registaram a maior taxa de variação negativa (-22,2%), seguidas das espanholas (-17,9%).