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Ilídio Pinho: "Estou condenado a ser útil"
O empresário, que apresentou esta tarde o seu livro, na Universidade de Aveiro, diz que "adora Portugal" e, disso, não tem dúvidas.
Foi um "who's who" dos empresários e governantes portugueses que esteve esta quinta-feira, 10 de Setembro, na apresentação do livro "Ilídio Pinho. Uma vida, o empresário e a utilidade pública". Um "parto demorado", disse o reitor da universidade de Aveiro, Manuel Assunção, onde decorreu a apresentação, referindo-se à elaboração da obra, que conta a história do empresário de Vale de Cambra, dono e fundador da Colep.
O primeiro-ministro, Passos Coelho, encerrou o evento - no dia a seguir ao debate com António Costa - onde esteve Pires de Lima, ministro da Economia, Nuno Crato, responsável pela pasta da Educação, e empresários como António Mota, da Mota-Engil, Pais do Amaral, reitores, deputados e outras figuras públicas.
O filho, Ilídio Pedro, que morreu num acidente em 1990, esteve sempre presente na cerimónia, tendo sido a inspiração para a criação da Fundação com o nome do filho. Mário Soares recordou, num testemunho em vídeo, que o empresário ficou "destroçado" com a morte do filho e quis "abandonar tudo".
"Eu adoro Portugal", disse um emocionado Ilídio Pinho perante a plateia de 600 pessoas, que chegou à instituição ao som da música da banda "Mocidade Junqueirense". "Estou altamente preocupado porque receio que a edição deste livro não vá ser suficiente e tenha que fazer mais. E que os críticos maldizentes nos possam criticar por empresários a mais", ironizou o empresário de 77 anos, referindo-se às pessoas que já se inspiraram no seu percurso para se lançarem como empresários. "Estou condenado a ser útil", disse ainda Ilídio Pinho.
Já Horta Osório deu conta da sua amizade com Ilídio Pinho há mais de 20 anos. "Alguns dirão que teve sorte. Discordo frontalmente. Digo às minhas equipas que a sorte dá muito trabalho", referiu o banqueiro que acredita que Ilídio Pinho é um homem "irrazoável", ou seja, o mundo adapta-se a ele. "É um dos grandes empresários portugueses do pós 25 de Abril", referiu. "A nível nacional o percurso da Colep é ímpar, do nada, construiu uma fábrica de latas que se tornou um gigante. E levou a falência os concorrentes", acrescentou o banqueiro.
Por sua vez, Passos Coelho, recordou uma vida dedicada às empresas, economia e "aos portugueses". O governante afirmou ainda que o empresário nasceu num ambiente favorável aos valores do "empreendedorismo" e recordou que não ficou à espera de viver de acordo com o que "esperava que se pudesse aceitar" e arriscou.
Passos Coelho disse que além de talento e trabalho é preciso "saber o que queremos e só assim é que vale a pena empreender". Passos Coelho referiu ainda que há muitas coisas no país que deveriam ser governadas como uma empresa, mas nem tudo.
"Portugal precisa de ter gente preparada e com talento que não deixe escapar oportunidades, que vá atrás delas, não desperdiçando nada", garantiu o primeiro-ministro, que não esqueceu a necessidade de ter "instituições", que começam na família e acabam na sociedade democrática.