A Iberdrola, segunda eléctrica espanhola, considera que a OPA (oferta pública de aquisição) hostil lançada pela Gas Natural vai destruir perspectivas de crescimento e lesar os accionistas.

As metas de crescimento da Gas Natural, que oferece 25,5 mil milhões de euros pela eléctrica, não são alcançáveis sem uma «significativa» redução de emprego, adiantou o responsável financeiro da empresa, José Sainz numa conferência de imprensa hoje em Madrid.

«É difícil entender um modelo industrial que ninguém quer, que reduz o valor para os accionistas da Gas Natural e Iberdrola, que lesa os empregados e coloca em risco as infra-estruturas energéticas do país», sublinhou o presidente executivo da eléctrica, Ignacio Sanchez Galan, citado pela Bloomberg.

Os constrangimentos financeiros da Gas Natural para levar a cabo os investimentos em infra-estruturas foram sublinhados no parecer da entidade reguladora do sector energético espanhol sobre a operação, divulgado esta semana.

O grupo espanhol de gás planeia reduzir o investimento em 4,1 mil milhões de euros e vender activos avaliados em cinco mil milhões de euros para financiar a oferta, o que, defende o presidente da Iberdrola, vai penalizar o crescimento das duas empresas.

A Gas Natural propõe a criação do quinto maior grupo mundial na transacção de energia para fazer face aos concorrentes internacionais na perspectiva da crescente abertura de um mercado avaliado em 227,5 mil milhões de euros imposta pela União Europeia.

As acções da Iberdrola seguiam nos 14,99 euros, a descer 0,73%.