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“Hackers” suspeitos de abuso de informação privilegiada em Wall Street
Um grupo de piratas informáticos terá roubado dados de fusões e aquisições de mais de 80 empresas durante mais de um ano. A FireEye suspeita de “hackers” norte-americanos, que já terão trabalhado em Wall Street.
É uma versão 2.0 do crime de abuso de informação privilegiada, conhecido como "insider trading". Um grupo de piratas informáticos terá roubado informações relativas a fusões e aquisições nos EUA durante mais de um ano, segundo um documento publicado esta segunda-feira, 1 de Dezembro, pela empresa de segurança informática FireEye, citada pela Bloomberg.
O grupo de "hackers" designado como "FIN4" terá enganado administradores, advogados e consultores para ter acesso a dados e comunicações confidenciais. A FireEye suspeita de que estas informações tenham sido usadas para cometer crimes de "insider trading". Mas não se tratam de uns piratas quaisquer. "Suspeitamos que são norte-americanos, tendo em conta os conhecimentos provenientes de Wall Street. Parece que já trabalharam lá", disse Jen Weedon. Gestor da FireEye.
A maioria dos casos (60%) está ligada à área farmacêutica e das empresas de cuidados de saúde. "O acesso a este tipo de informação, que poderá impulsionar ou pressionar as acções, poderá ter dado uma vantagem considerável" ao grupo de "hackers", menciona o relatório, citado pela mesma fonte. A obtenção de um documento confidencial pronto para enviar ao regulador da bolsa norte-americana (SEC, na sigla anglo-saxónica) relativo à aquisição de uma empresa é um dos exemplos dados pela FireEye.
O relatório já foi enviado à polícia federal norte-americana (FBI), que está a analisar o documento elaborado pela empresa de ciber-segurança. O objectivo da FireEye é incentivar as empresas a protecção de dados e evitar ataques informáticos, protagonizados habitualmente por piratas informáticos.