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Grupo brasileiro investe 8,6 milhões em fábrica de derivados de coco em Vendas Novas
Um grupo brasileiro vai construir uma fábrica em Vendas Novas, no Alentejo, para produzir derivados do coco, como óleo, manteiga ou vinagre, destinados ao mercado europeu, num investimento de 8,6 milhões de euros, com apoios comunitários.
O projecto, hoje apresentado, é da empresa Labcoco, sediada em Vendas Novas, no distrito de Évora, mas com capitais brasileiros, do Grupo Cohibra, e a unidade fabril vai dedicar-se à transformação, comercialização, investigação e desenvolvimento de novas aplicações de coco para fins alimentares.
O director executivo da Labcoco, Raúl Correia, explicou à agência Lusa que o Grupo Cohibra tem "40 anos de experiência" na produção destes derivados do coco e que a fábrica no Parque Industrial de Vendas Novas (PIVN) vai ser "a primeira fora do Brasil".
"Queremos produzir dentro da União Europeia (UE), para serem produtos europeus", fabricados "dentro das normas e com a qualidade europeia", pois, esse 'selo', dá à empresa "uma vantagem competitiva em termos de mercado", afirmou.
E, em Portugal, Vendas Novas foi o local escolhido para a implantação da unidade devido à localização do concelho e às boas condições disponibilizadas pelo PIVN, justificou.
"Preciso de ter a instalação fabril nesta área porque necessito de um porto próximo", neste caso o de Sines, "e de um centro que me possa dar suporte, que é Évora", explicou o director executivo, acrescentando ter ficado agradado com "as infra-estruturas e organização" do parque industrial.
A fábrica envolve um investimento global de 8,6 milhões de euros, sendo que cerca de sete milhões foi o montante considerado elegível para apoios comunitários, garantidos através do Portugal 2020.
A unidade deverá "entrar em produção dentro de 12 meses" e, nos "primeiros três meses" de funcionamento, a empresa tenciona "preencher os 80 postos de trabalho" que prevê criar, disse Raúl Correia.
O director executivo explicou à Lusa que a Labcoco vai produzir, através de processos biotecnológicos inovadores, já patenteados e utilizados nas unidades do Grupo Cohibra, "produtos alimentares ligados à área do coco".
"Vamos fabricar e vender diversas especificações de óleo de coco e outros derivados, como manteiga ou vinagre", indicou, acrescentando que a matéria-prima, como água de coco, óleo e polpa em bruto, vão ser importados do Brasil.
A produção, realçou, vai ter como destino os países europeus, sobretudo "Alemanha, França, Reino Unido e um pouco da Holanda", enquanto, para Portugal, a empresa estima vender "15%" destes artigos.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vendas Novas, Luís Dias, congratulou-se pela atracção deste investimento para o concelho, que contribui para a afirmação local "na área empresarial".
Recentemente, "lançámos as primeiras pedras de duas novas empresas" e a da Labcoco "é a terceira num curto espaço de tempo", lembrou o autarca.
"No conjunto destas três empresas estamos a falar de mais de 150 postos de trabalho, num curto espaço de tempo, e com uma capacidade de expansão até aos 250 ou 300 postos de trabalho, o que, para um concelho como Vendas Novas, significa atracção de pessoas e de investimentos e criação de empregos e de riqueza", sublinhou.