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Greve portuária ameaça exportações de vinho para o Natal

Clientes estrangeiros ameaçam cancelar as encomendas se houver atraso nas entregas. Empresas de vinhos do Sul estão a desviar contentores de Lisboa para Leixões, onde os trabalhadores não fazem greve.

28 de Setembro de 2012 às 16:33
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A Associação dos Comerciantes e Industriais de Bebidas Espirituosas e Vinhos (ACIBEV) enviou uma carta aos ministros da Economia e da Agricultura, alertando para os prejuízos que as greves dos trabalhadores portuários estão a provocar no sector vitivinícola português. Esta é a época alta para o sector, dado que é a altura em que são expedidas as encomendas para venda durante o período de Natal e passagem do ano.

"Numa altura em que as empresas estão a ter elevados prejuízos, devido à quebra no consumo interno decorrente da situação financeira do País, a ACIBEV considera inaceitável que o sector portuário, não obstante toda a legitimidade que lhe assiste, esteja a por em causa o enorme esforço que o sector vitivinícola nacional está a fazer para aumentar as exportações, contribuindo para a recuperação económica de Portugal e a manutenção de inúmeros postos de trabalho", denuncia a ACIBEV.

Através de comunicado assinado pela secretário-geral, Ana Isabel Alves, a associação que representa os comerciantes de vinhos alerta que "alguns clientes já informaram que, se as empresas não conseguirem entregar as encomendas dentro dos prazos pretendidos, poderão vir a cancelar as mesmas porque as mercadorias não estarão no destino a tempo de serem escoadas".

Mais de metade (53%) do vinho produzido em Portugal segue para a exportação, que valeu 675 milhões de euros em 2011. Algumas empresas que costumam exportar através do porto de Lisboa já começaram a desviar contentores para o porto de Leixões, "com elevados custos de transporte". Uma despesa que é "difícil de aceitar" para as empresas de vinho, uma vez que, garantem, estão já a operar "dentro de um equilíbrio orçamental com pouca margem para gastos adicionais".

Ao fim de duas semanas de greves nos portos portugueses, os estivadores, pilotos e administrações portuárias prometeram hoje prosseguir a luta até as suas reivindicações serem negociadas com o Governo.

Neste contexto, a ACIBEV fala ainda da incerteza dos operadores económicos quando acontecem estas greves alternadas que impossibilitam a entrega das mercadorias nos portos, seja porque não podem entrar os contentores, seja porque as escalas dos navios são canceladas.

"Quando as empresas conseguem entregar o contentor nunca sabem qual vai ser o custo, pois se um contentor ficar paralisado em cima de um camião durante várias horas o transportador pode debitar essas horas", antecipam os comerciantes e industriais de vinhos.
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