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Governo rejeita ceder a "pressões" na véspera de greve na TAP

O secretário de Estado dos Transportes rejeitou esta quarta-feira ceder a "pressões" no âmbito da greve dos tripulantes de cabine da TAP, admitindo que a paralisação, a ter algum efeito, será o de acelerar o processo de privatização.

Miguel Baltazar/Negócios
29 de Outubro de 2014 às 13:27
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"Acho que a greve agrava mais, separa mais, do que aproxima. Agrava a situação da empresa - não é que a empresa esteja mal do ponto de vista financeiro, está a crescer - mas torna a empresa notícia por maus motivos, afasta passageiros, que ficam desesperados, e sobretudo [os trabalhadores] não se podem queixar que não lhes dizemos a verdade", afirmou Sérgio Monteiro.

 

Falando aos jornalistas à margem do congresso europeu Eurolog, com o patrocínio do Presidente da República e da Associação Portuguesa de Logística (APLOG), que hoje se realiza em Lisboa, Sérgio Monteiro declarou que os trabalhadores da transportadora "já sabem o que pode ou não ser feito" e avisou que o Governo não vai ceder a pressões.

 

"A greve, normalmente, é um instrumento de pressão sobre a administração ou sobre o Estado para conseguirem certas coisas. Ora, é claro o que pode ser feito ou não. Não vale a pena estarem com pressões desta natureza porque a nossa posição é só uma e já lhes foi comunicada", sublinhou o secretário de Estado.

 

Apelou, por isso, ao bom senso "daqueles que convocaram esta greve, no sentido de não prejudicarem a empresa".

 

Questionado pela Lusa sobre se a greve poderá ter um impacto negativo no processo de privatização da empresa, Sérgio Monteiro respondeu que "não".

 

"Desse ponto de vista, se o objectivo é esse [travar a privatização], o impacto é indiferente. Se alguma coisa acontece, acelera o processo de privatização", salientou.

 

O governante referiu ainda que vai reunir-se hoje com a plataforma de todos os sindicatos representativos dos trabalhadores da transportadora aérea, a pedido desta, e insistiu na disponibilidade manifestada pelo Governo para dialogar.

 

"Falta de diálogo da parte do Governo não tem havido. Agora, excepções orçamentais para além daquelas que foram permitidas no Orçamento do Estado para 2014 (OE2014), isso não pode ser alterado porque perdíamos o equilíbrio que existe na sociedade portuguesa relativamente a outros funcionários públicos", reforçou.

 

Sérgio Monteiro revelou, por fim, que o Governo pediu à administração da TAP, há duas semanas, "que ponderasse, no âmbito da proposta do Orçamento do Estado para 2015 (OE2015), que medidas podem ser tomadas - iguais ou diferentes ao OE2014 - que possam mitigar o impacto na vida de alguns trabalhadores".

 

Entretanto, a TAP divulgou na terça-feira que quase metade dos passageiros com reserva para voar na TAP na quinta-feira e no sábado, dias de greve dos tripulantes de cabine, já cancelaram ou reagendaram as suas viagens.

 

A greve, convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), filiado na UGT, é repartida em dois períodos, sendo o primeiro entre as 00h e as 23h59 de quinta-feira e sábado e a segunda a 30 de Novembro e 2 de Dezembro.

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