Antonio di Pietro, ministro das infraestruturas de Italia, assegurou ontem, em conferência de imprensa, que o governo italiano não se irá opor a uma eventual venda da Telecom Itália a capitais estrangeiros. Antonio di Pietro foi o ministro que "vetou" a fusão da espanhola Abertis com a italiana Autostrade.

"Somos europeus e não estabelecemos nenhum limite à propriedade italiana ou estrangeira nas redes públicas" adiantou o responsável, referindo que estava a falar por todo o governo. A única condição que o governante "impôs" a este não bloqueio diz respeito aos planos industriais que o eventual comprador possa ter para o ex-monopólio italiano, já que o Executivo transalpino "exige" aprová-los.

Estas declarações surgem na altura em que a Telefónica está em negociações para a comprar à Pirelli uma participação no capital da Olímpia, "holding" que controla a Telecom Italia. A operadora espanhola deverá, porém, ficar com uma posição minoritária no seio da empresa italiana.

Segundo contas adiantadas pelo La Repubblica, caso a Telefónica entre no capital da Telecom Itália poderão gerar-se sinergias de até 1,5 mil milhões de euros. Este ganho, refere o mesmo jornal, será o "trunfo" que Marco Tronchetti, presidente da Pirelli, utilizará para convencer a administração da Telecom Italia para o negócio.