Notícia
Governo trava venda de imóveis de 265 milhões do ex-BPN
O secretário de Estado das Finanças deu ordens à Parvalorem para suspender venda de activos que estava a ser intermediada pela Alantra, noticia o Público.
O Ministério das Finanças deu instruções à Parvalorem, a sociedade criada para gerir os activos tóxicos herdados do antigo BPN, para travar a venda de uma carteira de imóveis que tinha sido recentemente colocada no mercado, com a designação de Projecto Miraflores, noticia este sábado o Público.
Segundo o jornal, a decisão de mandar suspender, ainda que com carácter temporário, a venda dos ativos - que inclui não só imóveis, mas também a própria sociedade gestora Imofundos - partiu do secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, e chegou à Parvalorem nos últimos dias.
Trata-se de um património avaliado por peritos independentes em 265 milhões de euros, valor que contempla dezenas de imóveis, a maioria comerciais (escritórios, lojas e logística), mas também de habitação, e grande parte deles situados em Lisboa e no Porto.
O Público recorda que em 2017 a anterior gestão da Parvalorem, encabeçada por Francisco Nogueira Leite, foi visada numa auditoria realizada pela Inspecção-Geral de Finanças (IGF) às operações de venda de crédito malparado, tendo as conclusões apontado para "falhas processuais" que impediram uma rigorosa "avaliação e a fundamentação" das decisões.
Já a 10 de Agosto o jornal online Eco avançou que a Parvalorem tinha contratado a sociedade gestora espanhola Alantra para vender os bens do Projecto Miraflores, que em Portugal é representada por Ana Rita Barosa, a ex-assessora de Ricardo Salgado que é visada no processo ES Enterprise, o saco azul do GES.
Segundo o Eco, a Parvalorem tenta ainda vender a Imofundos, sociedade que tem como presidente Filipe Sousa, também ex-quadro do BES.