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Governo desbloqueia construção de armazém para a Continental Mabor

A Continental Mabor não consegue expandir um dos seus armazéns de pneus em Lousado, Famalicão, porque está impedida de construir na zona onde iria passar uma estrada que já foi abandonada. O Governo removeu esta quinta-feira esse impedimento.

16 de Novembro de 2017 às 14:30
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O Governo decidiu anular o "espaço do canal da Variante à Estrada Nacional 14", e respectivas zonas "de servidão ‘non aedificandi’" que lhe estão associadas, entre a Trofa e Famalicão. Esta alteração, publicada esta quarta-feira, 15 de Novembro, no 1.º Suplemento (mais tarde do que a hora habitual) do Diário da República, significa que volta a ser possível construir na zona prevista para o traçado desta nova via, que prometia ser a solução para a problemática e congestionada via que liga Famalicão à Maia.

 

Esta alteração - no troço que corresponde, grosso modo, ao traçado entre Famalicão e Trofa (nó 10 e nó 5 do estudo prévio de 2010), é feita à medida das queixas da Continental Mabor, localizada na freguesia famalicense de Lousado, precisamente na zona em que volta a ser permitido construir. A empresa de pneus, que é a quarta maior exportadora do país, está impedida de expandir um dos seus armazéns de pneus porque a obra que pretende realizar colidia com a zona do novo traçado.

 

Em entrevista ao Eco, em Setembro, o presidente da Continental Mabor, Pedro Carreira, dizia que há "15 ou 20 anos" foi "feito o desenho de uma variante que passava por cima de um armazém que construímos há uns anos, e essa variante nunca deixou de existir, apesar de nunca ter sido construída". "Oficialmente ela existe, e tanto existe que agora quero fazer crescer o armazém e não posso, porque tenho uma variante em cima, mas não tenho nada, porque ela nunca chegou a ser construída", queixava-se então.

 

"Não posso realizar a obra, porque há uma indefinição na construção da futura estrada. Definitivamente a estrada não passa ali. Aquele troço de estrada foi abandonado, mas existe um conjunto de protocolos a nível de estradas que foram publicados", acrescentou, sinalizando que como o troço estava previsto em Diário da República, o licenciamento da construção não podia ser autorizado.

 

De acordo com a declaração publicada em DR, a proposta de anular o espaço de canal da futura Variante à EN14 foi proposta pela Infraestruturas de Portugal, recebeu parecer favorável do IMT e foi despachada pelo Secretário de Estado das Infraestruturas a 12 de Setembro último, ou seja, ainda antes da referida entrevista de Pedro Carreia ao Eco. A declaração do IMT tem data de 13 de Novembro e foi publicada esta quarta-feira.

Mabor chegou a ter 600 toneladas no Porto de Leixões

 

A necessidade de expandir o armazém é enorme, disse então. "Os pneus que estamos a produzir hoje são para entregas daqui a três meses. Se não consigo aumentar o armazém e estou a aumentar a produção não tenho onde armazenar os ditos pneus. Logo tenho de fazer armazéns", detalhou, revelando que tinha encontrado uma solução temporária no Porto de Leixões, onde chegou a colocar 600 toneladas de pneus.

 

Só que "o armazém do Porto de Leixões não é propriamente barato, nem deve ser, porque aquilo não é suposto ser um armazém".

As dificuldades de acessos à fábrica de Lousado levaram Pedro Carreira a dar um murro na mesa na referida entrevista, fazendo depender o investimento na fábrica na melhoria das estradas. Pouco depois, a Câmara de Famalicão e a IP protocolaram a construção de uma estrada que vai ligar a Continental Mabor à Nacional 14, sendo que esta última vai ser duplicada e beneficiada entre Lousado e Famalicão.

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