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Governo admite que Banco de Fomento poderá entrar no capital das empresas

O ministro da Economia afirmou esta quarta-feira, no parlamento, que o Banco de Fomento poderá vir a tomar capital em empresas "estratégicas" se "não houver investidores privados" disponíveis.

05 de Maio de 2021 às 13:24
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O Banco Português de Fomento (BPF) poderá vir a "intervir de várias maneiras" no apoio à capitalização das empresas portuguesas. Segundo o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que está a ser ouvido esta quarta-feira em audição regimental no parlamento, o apoio também poderá chegar através da entrada direta do BPF no capital das empresas. 

De acordo com o ministro, o BPF poderá intervir nas empresas "colocando dinheiro em fundos que são geridos por intermediários financeiros que vão levantar a outros fundos privados", e pode também fazer "co-investimentos com investidores privados", ou seja, "investimentos híbridos, que reforçam o capital das empresas mas não diluem a participação dos sócios ou acionistas". Além destas modalidades, Siza não "coloca de parte" que o BPF possa fazer operações de capital e tomar capital, se não houver investidores privados e se for importante para apoiar empresas estratégicas para o nosso futuro". 

O modelo destas intervenções está "neste momento a ser desenhado". Para o ministro da Economia, "é preciso atuar depressa" e garantir que "teremos de tipologias diferentes de apoio à capitalização, consoante se trate de recapitalizar empresas afetadas pela crise ou empresas que precisam de crescer e investir". 

Na visão do ministro, "o mais adequado é usar instrumentos de quase capital, ou seja, empréstimos cujo reembolso e remuneração dependam dos resultados que as empresas possam ter". 

Aos deputados, Siza Vieira lembrou que o PRR "permite reforçar o capital do Banco de Fomento" de 255 milhões de euros para 505 milhões, o que dará "mais folga ao banco para apoiar o sistema bancário a dirigir crédito para investimento produtivo" às áreas mais afetadas pela pandemia.

"O acesso das empresas ao financiamento para investimento produtivo é uma deficiência estrutural da economia portuguesa. Os bancos financiam quem já tem dinheiro, não financiam ideias ou projetos de investimento. Isto vai dar-nos outra capacidade de intervenção", salientou Pedro Siza Vieira.

O PRR tem 1.300 milhões de euros para capitalização de empresas, uma verba que poderá ser reforçada em mais mil milhões, que serão geridos pelo BPF.

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