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Galp Energia ainda à espera de indemnização da monobóia
Mais de uma década depois da adjudicação da construção, o polémico processo da monobóia da refinaria de Leixões está longe do fim. Os holandeses da Visser, por determinação do Tribunal Arbitral de Paris, já refizeram o sistema de descarga de petróleo brut
Mais de uma década depois da adjudicação da construção, o polémico processo da monobóia da refinaria de Leixões está longe do fim. Os holandeses da Visser, por determinação do Tribunal Arbitral de Paris, já refizeram o sistema de descarga de petróleo bruto - que está operacional desde Agosto -, mas a Galp Energia ainda quer ser compensada pelos prejuízos decorrentes das falhas da primeira monobóia, nomeadamente com sobreestadias de navios.
A Galp está agora a reclamar também em tribunal arbitral uma indemnização mínima de 15 milhões de euros dos holandeses, sem contar com juros vencidos, segundo um documento interno a que Jornal de Negócios (JdN) teve acesso. Fontes conhecedoras do processo disseram ao JdN que a decisão desta acção interposta em 2004 estará para breve, havendo "poucas" certezas quanto a um desfecho favorável à Galp Energia.
Tendo feito novo apuramento dos prejuízos não contabilizados, com revisão em alta dos valores da segunda acção judicial, a empresa estará agora a estudar se avança com um terceiro processo em tribunal contra a Visser. Questionada sobre este processo, fonte oficial da empresa presidida por Ferreira de Oliveira declarou que "a política de comunicação da Galp Energia é não fazer comentários a processos que estejam a decorrer".
Mas o JdN sabe que a petrolífera considera insuficientes os 1,2 milhões de euros que já recebeu da Visser como penalidade pelos atrasos nos trabalhos, uma vez que o primeiro equipamento encomendado pela Petrogal para abastecer a refinaria de Leça a partir do alto mar nunca serviu para fazer as projectadas trasfegas de crude, mantendo os petroleiros afastados do porto de Leixões.
O caso remonta a 1998 quando, durante os primeiros testes da monobóia, houve um acidente durante a trasfega que provocou dois mortos. Perante isto, e depois de constatar que o sistema era inoperacional em 50% face às condições predefinidas, a Petrogal decidiu accionar a Visser em arbitragem internacional.