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Fundo luxemburguês Cube entra na DST Telecomunicações para chegar a 500 mil casas
A Cube Infrastructure Managers vai tornar-se accionista da DST Telecomunicações, que passará a ser controlada em conjunto com o grupo DST. Objectivo: investir mais 50 milhões de euros na cobertura de fibra óptica do país, para atingir as 500 mil casas dentro de dois anos.
O "braço" de telecomunicações da bracarense DST, que desde 2008 já investiu 120 milhões de euros em infra-estruturas na cobertura da rede de fibra óptica em território nacional, firmou uma parceria com um fundo da Cube Infrastructure Managers, que tem como grande objectivo atingir as 500 mil casas cobertas até ao início de 2020, num investimento adicional orçado em 50 milhões de euros.
Uma parceria que "traduz a entrada da Cube enquanto accionista, por venda e aumento de capital da DST Telecomunicações, ‘sub-holding’ para o sector das telecomunicações e que detém a DSTelecom", revelou ao Negócios o presidente do grupo bracarense.
Questionado sobre como iria ficar a composição accionista da grossista portuguesa de fibra óptica, José Teixeira afirmou que, "após a transacção, o controlo será conjunto", recusando falar no valor da operação, o qual, alegou, "não poderá ser divulgado por se tratar de matéria reservada". Falta agora apenas "a aprovação da Autoridade da Concorrência", sublinhou.
O empresário disse que está "muito satisfeito com a parceria com a Cube, que se tem revelado o parceiro ideal não só pela capacidade demonstrada para trabalhar em equipa, mas também pela sua experiência e presença internacional".
Com a entrada do Cube Infrastructure Fund II, a DST Telecomunicações, que se apresenta como líder de rede de fibra óptica de acesso aberto em Portugal, pretende assim dar continuidade ao seu programa de investimento, prevendo aplicar mais 50 milhões de euros nos próximos dois anos.
"Este investimento vai permitir atingirmos o objectivo de pôr à disposição dos nossos clientes, que são os principais operadores de telecomunicações do país, um mínimo de 500 mil casas - das 300 mil actuais, chegar às 360 mil em 2018, 460 mil em 2019 e meio milhão em 2020", garantiu o presidente da DST.
"Mas não esgota a nossa ambição de continuar a crescer em novas áreas", acrescentou José Teixeira, adiantando, sem detalhar, que, "com esta parceria, do ponto de vista internacional, abrem-se perspectivas de replicar o modelo actual de operador neutro de redes de banda larga desenvolvido em Portugal noutros países europeus".
De acordo com José Teixeira, a DSTelecom facturou 10 milhões de euros no ano passado e este ano deverá chegar aos 15 milhões.
Já Renaud de Matharel, CEO da Cube Infrastructure Managers, disse que também estava "entusiasmado em trabalhar com o grupo DST", que classificou como "um parceiro forte e respeitável, com um grande espírito empreendedor e com uma visão partilhada relativamente a infra-estruturas de comunicação".
Este investimento da Cube na DST Telecomunicações, frisou, "encaixa-se perfeitamente" na estratégia ‘buy-&-grow’ deste fundo luxemburguês, "semelhante" à que "implementou na Covage" [congénere da empresa portuguesa], em França.
"Estamos felizes em comprometer recursos significativos nesta ambiciosa parceria de longo prazo, promovendo o crescimento da DST Telecomunicações nas redes de acesso aberto bem como na área das ‘smartcities’", concluiu Renaud de Matharel.
A Cube é um dos principais fundos europeus de infra-estruturas, concentrando-se sobretudo em três mercados estratégicos - transportes públicos, fornecimento de energia (principalmente aquecimento urbano e eficiência energética) e redes de comunicação por fibra óptica.