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FMI quer banca portuguesa protegida face ao imobiliário

A instituição propõe que seja aproveitado o "fortalecimento recente da receita líquida de juros" dos bancos para constituir almofadas que os protejam de eventuais crises no mercado imobiliário.

O novo regime vai ser reavaliado dentro de dois anos, mas o objetivo é retirar pressão sobre o mercado imobiliário.
João Cortesão
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que as autoridades portuguesas aproveitem a folga que está a banca está a ter com o atual contexto para criar almofadas que possam amortecer eventuais impactos negativos do mercado imobiliário.

A indicação é dada no relatório que o FMI faz ao abrigo do artigo IV, que leva a instituição a discutir anualmente políticas económicas, de forma bilateral, com os seus membros.

O Fundo considera que um maior aperto da política macroprudencial, feito de forma gradual, "aumentaria a resiliência da banca contra o risco sistémico das carteiras de hipotecas dos bancos".

"Dada a acumulação de vulnerabilidades de imobiliário residencial, as autoridades portuguesas poderiam considerar a introdução de um ‘buffer’ de risco sistémico setorial [SyRB, em inglês] nas exposições imobiliárias residenciais dos bancos", concretiza.

E o contexto ajuda, entende a instituição liderada por Kristalina Georgieva, uma vez que "o fortalecimento recente da receita líquida de juros dos bancos oferece uma oportunidade para construir esses 'buffers'".

"Embora não haja sinais de aumento excessivo de crédito até agora e o crescimento geral do crédito tenha diminuído", ressalva o FMI, "a qualidade dos empréstimos deve continuar a ser monitorizada, porque as taxas mais altas podem desafiar a capacidade de serviço da dívida dos mutuários".

Por outro lado, afirma ainda, as medidas pensadas em quem pede os empréstimos "precisam de ser ajustadas de forma flexível". Sugere, por exemplo, que nos novos empréstimos hipotecários, "se os riscos negativos para o ciclo financeiro se começarem a materializar", não seja tão rígida a exigência de uma taxa de juro mais alta na aplicação de limites DSTI - o indicador usado para medir o esforço financeiro dos mutuários associado ao pagamento da dívida.

Propõe também alterações na reserva contracíclica de fundos próprios [CCyB, em inglês], que serve para proteger a banca em períodos mais turbulentos, por crescimento excessivo do crédito. "A médio prazo, uma taxa CCyB neutra positiva pode ser considerada para criar reservas de capital que possam ser libertados e fortalecer ainda mais a estabilidade financeira".
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