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Famalicão produz filme para novo SUV híbrido da Volvo
A fábrica de Famalicão da norte-americana Vishay, que emprega 200 pessoas e factura 13 milhões de euros, virou-se para as energias renováveis e os veículos híbridos e eléctricos. Hoje produz condensadores de filme para o Volvo XC90 T8, o novo SUV híbrido da marca.
Nasceu em 1969 com o nome do fundador, o alemão Joerg Roderstein, que foi convencido pelo seu conterrâneo e amigo Grundig a instalar uma fábrica de condensadores junto à fábrica que tinha montado em Braga.
Até ao início dos anos 90, a empresa de Famalicão, que chegou a empregar 1.200 pessoas, produzia condensadores para aparelhos de televisão e de rádio, assim como balastros para as lâmpadas fluorescentes.
Em 1993, a Roderstein é comprada pela norte-americana Vishay (na foto). Mudou de dono, de nome e de estratégia. É que, face à mudança de paradigma no consumo de componentes electrónicos, com a chegada dos LCD e das lâmpadas LED, que significou um rude golpe nas encomendas, a Vishay famalicense viu-se obrigada a redireccionar a produção para outros alvos.
Já no novo século, as energias renováveis passaram então a ser a principal aposta da empresa, com a administração da fábrica portuguesa a fazer evoluir os seus produtos para a fileira auto, nomeadamente para os carros híbridos e eléctricos, produzindo condensadores de filme tecnologicamente avançados, com alto valor acrescentado para o mercado mundial.
Esta segunda-feira, 16 de Maio, aquando da visita do presidente da Câmara de Famalicão, a fábrica estava a produzir condensadores de filme para o Volvo XC90 T8, o novo SUV (veículo utilitário desportivo) híbrido da marca.
A administração, que é totalmente portuguesa e está à frente desta empresa há 20 anos, garante que a fábrica de Famalicão está forte e com ambição de novos voos, o que implicará "o reforço da capacidade produtiva e do número de colaboradores", avançou Vítor Morais, director executivo, de acordo com um comunicado da autarquia.
A aposta nos veículos híbridos e eléctricos veio para ficar. "Dentro de dez anos cerca de 30% da produção mundial destes veículos vai ter condensadores de filme. Por isso, vemos neste mercado com enorme potencial uma oportunidade para crescer. E isso trará novas oportunidades para o concelho e para a região", sublinhou o mesmo gestor.
Já o autarca Paulo Cunha considerou a Vishay "uma força da região", apontando-a como "um exemplo de longevidade, resiliência e visão estratégica. Ao fim de quase 50 anos, já passou por alguns invernos, mas robusteceu-se e tem novos projectos que está muito empenhada em alicerçar e são muito bem-vindos", enfatizou o edil.
A empresa emprega cerca de 200 pessoas e factura 13 milhões de euros anualmente.