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Ex-presidente Afinsa anuncia que impugnará relatório “ridículo”

O ex-presidente da empresa filatélica Afinsa afirmou hoje que impugnará o relatório da administração judicial da empresa por considerá-lo "ridículo" e "vergonhoso" pelo valor que atribui aos selos detidos pela empresa.

13 de Abril de 2007 às 12:33
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O ex-presidente da empresa filatélica Afinsa afirmou hoje que impugnará o relatório da administração judicial da empresa por considerá-lo "ridículo" e "vergonhoso" pelo valor que atribui aos selos detidos pela empresa.

Juan Antonio Cano Cuevas comentava o relatório que estima que o buraco patrimonial da Afinsa ascende a 1.823 milhões de euros, por considerar que os selos detidos pela empresa só valem 480 milhões de euros.

O relatório sobre a situação económica da empresa - fechada por ordem judicial há quase um ano e cujos dirigentes são acusados de vários crimes financeiros - refere que a Afinsa tem activos de 613 milhões de euros e um passivo de 2.436 milhões de euros.

Para Cano Cuevas é "um escárnio" que se diga que os 150 milhões de selos só valem 480 milhões de euros, o que representaria um valor unitário de apenas 1,65 euros, segundo a Lusa.

"Nem os selos a grosso se podem vender assim. Até os selos do Walt Disney valem mais", afirmou, referindo que o relatório foi feito "mais para agradar à procuradoria que para avaliar a empresa e a sua viabilidade".

Recorde-se que a Afinsa e a empresa Fórum Filatélico, foram alvo de rusgas policiais em Março de 2006, conduzidas por ordem judicial e depois de investigações da Fazenda Pública.

As empresas filatélicas Afinsa e Fórum Filatélico estão actualmente sob administração judicial depois dos seus responsáveis serem acusados de burla, delitos contra a Fazenda Pública, branqueamento de capitais, insolvência punível, administração desleal e falsificação documental.

Questionando as contas dos administradores judiciais, Cano Cuevas refere, por exemplo, que só os selos comprados entre 2003 e 2006 pela Escala Group, filial da Afinsa nos Estados Unidos, foram avaliados em 417 milhões de euros pela auditora Kirkland and Ellis.

Cita ainda que os administradores judiciais o Fórum Filatélico avaliaram os selos da empresa, em muito menor quantidade que os da Afinsa, em mais de 400 milhões de euros.

Para Cano Cuevas, os administradores não procuraram, como obriga a lei, analisar a viabilidade da empresa, e, como tal, o seu relatório pode ser impugnado.

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