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Ex-bilionário indiano processa o irmão após colapso do império familiar

Herdeiros de um famílias de negócios que durou várias gerações e chegou a valer milhares de milhões de dólares, os irmãos Singh assistiram nos meses mais recentes a uma queda dramática nas suas fortunas.

Malvinder Mohan Singh (esquerda) e o seu irmão Shivinder Mohan Singh na sua residência em 2003. The India Today Group/Getty Images
09 de Setembro de 2018 às 14:00
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O colapso de um dos impérios empresariais mais conhecidos da Índia causou uma ruptura na família fundadora, com um dos irmãos Singh – parceiros durante décadas – a anunciar que processou o outro devido a uma alegada "opressão e má gestão" das suas empresas.

 

Num comunicado, Shivinder Singh revelou que entrou com um processo em tribunal contra o irmão mais velho e Sunil Godhwani, anterior chairman da Religare Enterprises Ltd, a companhia de serviços financeiros que era controlada pelos dois irmãos.

Shivinder alega que Malvinder e Godhwani foram os culpados pelo "enfraquecimento sistemático dos interesses das empresas e dos seus accionistas". Malvinder, de 45 anos, e Godhwani, não puderam ser contactados para comentar.

"Estou agora a separar-me do meu irmão como parceiro de negócio e a partir de agora vou seguir um caminho independente", escreveu Shivinder, de 43 anos, num comunicado emitido a 4 de Setembro.

"Não posso continuar a fazer parte de actividades em que a ética e a transparência são consistentemente negadas de forma contínua", acrescentou.

Herdeiros de um famílias de negócios que durou várias gerações e chegou a valer milhares de milhões de dólares, os irmãos assistiram nos meses mais recentes a uma queda dramática nas suas fortunas. Viram os seus activos serem tomados pelos credores e enfrentam investigações criminais por parte dos reguladores sobre 23 mil milhões de rupias (321 milhões de dólares) que desapareceram das suas empresas cotadas. Devem 500 milhões de dólares devido a uma fraude relacionada com a venda da farmacêutica Ranbaxy Laboratories em 2008. Sobre este caso, os irmãos tinham no passado desmentido qualquer prática ilegal.

O colapso do império

A Bloomberg noticiou no mês passado uma reportagem onde detalhou as ligações empresariais entre os irmãos e Gurinder Singh Dhillon, responsável máximo de uma seita espiritual no Norte da India, denominada Radha Soami Satsang Beas.

No âmbito destas ligações, os irmãos emprestaram dinheiro a Dhillon e às suas empresas, sendo que a investigação da Bloomberg apurou que estes financiamentos foram um factor-chave no colapso do império dos irmãos. Dhillon não foi acusado de qualquer má-conduta.  

No comunicado, Shivinder revelou que decidiu processar o irmão devido aos artigos que foram publicados na imprensa.

"Tentar passar as culpas para uma eminente figura, que tem sido uma luz orientadora, não só para a nossa famílias, mas também para muita gente, não engana ninguém", escreveu Shivinder.

O irmão refere também que Malvinder era o chairman do grupo empresarial e tomou decisões em nome da família, enquanto ele era o "solidário irmão mais novo".

Os Singhs são famosos na Índia depois de terem expandido a uma grande velocidade as suas duas empresas cotadas – o operador hospitalar Fortis Healthcare Ltd. e a firma financeira Religare – depois de terem encaixado 2 mil milhões de dólares com a venda da Ranbaxy, que era a maior farmacêutica indiana.

Ambas as empresas atingiram uma capitalização bolsista de mil milhões de dólares devido ao aumento da procura por serviços financeiros e de saúde na Índia.

A bolsa e os reguladores do país lançaram investigações a irregularidades financeiras na Religare e no Fortis, embora não tenham ainda publicado qualquer conclusão. Em Julho, a empresa da Malásia IHH Healthcare Bhd assumiu o controlo da Religare. Os Singhs demitiram-se em Fevereiro dos cargos que tinham no Fortis.

Os irmãos perderam a quase totalidade das participações financeiras nas duas cotadas, que foram assumidas pelos credores devido ao incumprimento das suas dívidas.

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