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“Eu espero até ao último momento” por um entendimento

O presidente do BCP diz que aguarda por um entendimento “até ao último momento” antes da AG. Numa entrevista, ao Telejornal da RTP1, afirma que a proposta de alargamento seria uma antecipação do que iria acontecer na AG de Março de 2008, altura em que que

04 de Agosto de 2007 às 22:03
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O presidente do BCP diz que aguarda por um entendimento "até ao último momento" antes da AG. Numa entrevista, ao Telejornal da RTP1, afirma que a proposta de alargamento seria uma antecipação do que iria acontecer na AG de Março de 2008, altura em que quer reduzir para sete o número de administradores. Confirma a retirada das propostas de destituição e apela para que a AG "não seja uma sessão catártica".

Depois do apelo para um entendimento entre os accionistas feito esta semana e que até agora não teve consequências, Paulo Teixeira Pinto foi questionado sobre o risco de ficar tudo na mesma após a assembleia-geral (AG) de 6 de Agosto.

"Corre esse risco, mas eu espero até ao último momento, aguardo com esperança que seja possível e que essa clarificação evite uma segunda, uma terceira assembleia. Porque o banco não pode viver nesta instabilidade, nesta incerteza", respondeu.

"Tentei fazer uma proposta que fosse um meridiano de consenso, equilibrado [?]. Neste sentido, a minha proposta de alargamento, com a entrada de quatro novos membros para o conselho [?] era uma forma de antecipar a sua possível entrada, para mim prevista para Março [?], sem sacrificar ninguém".

Acrescenta que este sinal por que espera deverá vir "naturalmente" dos accionistas, através da "retirada de propostas, através de propostas conjuntas ou através de uma solução interna que dispense a necessidade de votações das propostas que estão submetidas aos accionistas" na AG.

Questionado se o apelo era uma espécie de "apelo para que toda a gente salvasse a face", o CEO respondeu: "também", mas "o intuito principal é uma solução no interesse do banco".

"A minha proposta, na prática, está inviabilizada"

"A minha proposta, embora tenha sido aceite numa primeira parte (a do alargamento), na prática está inviabilizada, porque o presidente da AG não admitiu a proposta de eleição destes quatro novos administradores. Portanto, não resolve o problema e isso não é uma boa solução para o banco".

Indagado sobre as consequências da AG, afirma que tudo vai depender do resultado.

Pontos de destituição de administradores foram retirados

Havendo uma AG "e não podendo haver aditamento de pontos, poderá haver apenas propostas alternativas aos pontos que já estão na AG. Sei que já foram retirados os pontos relativos à destituição, aliás, a proposta relativa à destituição dos membros do CGS não chegou a ser entregue".

"A proposta que visava a destituição de membros do conselho de administração também foi anunciado que iria ser retirada por parte desses accionistas, uma vez que eu apresentei a proposta do alargamento, que é uma outra forma de resolver o problema", acrescenta.

Paulo Teixeira Pinto diz que todos os cenários podem acontecer na AG. "Neste momento, a incógnita é a única certeza".

A manutenção do "impasse" depois da AG é para Paulo Teixeira Pinto "um cenário possível". Questionado sobre o que fará nesse caso, afirma que vai deixar para o dia da AG a clarificação.

Teixeira Pinto quer administração com sete membros em 2008

A proposta de alargamento, segundo Paulo Teixeira Pinto seria para vigorar até Março de 2008, data da próxima AG ordinária. "Depois, a ideia seria o conselho ter apenas sete" administradores.

"Se a proposta para a eleição de quatro novos administradores fosse submetida à eleição e não fosse aprovada, evidentemente que eu me demitiria. Porque a minha sorte não é independente das pessoas que estão comigo".

"Eu também não estou a descartar nenhum dos nove [administradores] e é por isso que eu não fui favorável a uma destituição. São pessoas que têm a expectativa e, diria, até o direito e a obrigação de estarem até ao fim dos seus mandatos".

"Mas isso não significa que não seja necessária a renovação, diria até, mais do que uma renovação, uma regeneração".

Paulo Teixeira Pinto reconhece ter sido ele a propor o actual modelo de governação dualista que está em vigor e que um grupo de accionistas, apoiantes do CEO, quer alterar na AG de 6 de Agosto.

BCP vai evoluir para o modelo monista

Esses accionistas propuseram um novo modelo de governação "e a minha convicção é que no futuro o banco vai caminhar para esse modelo. E não é um retrocesso".

Acrescenta mesmo que alguns dos "grandes" accionistas que vão votar contra este ponto, defendem este modelo de governo.

"A minha convicção é que um modelo possível é um modelo monista", com "um conselho de administração e em que estejam também representados accionistas e que haja também administradores independentes".

Diz que foi sempre a tradição histórica do banco, o conselho de administração ser composto, exclusivamente, por administradores profissionais e executivos.

"A grande diferença é essa. Neste modelo [monista], o que se proporia era uma minoria de executivos e uma maioria de não executivos e dentro da maioria de não executivos, uma maioria de independentes. A fiscalização seria feita até com maior proximidade".

Acusa BPI de travar a alteração de estatutos

"Tenho a convicção que um dia, não direi quando" esse modelo pode vingar. A razão para a sua não aprovação nesta AG é, segundo Paulo Teixeira Pinto, porque "um accionista de referência que tem esse modelo e que vai votar contra esse próprio modelo, o que por si só terá uma influência decisiva nessa decisão". O CEO fazia uma alusão ao Banco BPI, dono de 8,5% do BCP.

Sobre a sua relação com o fundador do banco, diz que admite "e desejo continuar a trabalhar com Jardim Gonçalves. O problema está na definição clara, na articulação institucional das regras de funcionamento dos dois órgãos e a nível de coesão da equipa executiva. [?]. Nunca gostei dos ‘yes man’".

Ainda sobre a relação com Jardim diz que "perguntei-lhe sempre o que é que fiz que não deveria ter feito, o que não fiz e que era suposto ter feito. E nunca tive resposta directa do conselho geral e de supervisão a estas duas perguntas muito claras que fiz".

Paulo Teixeira Pinto diz que foi só a partir da AG de 28 de Maio, e com a apresentação da proposta de alteração dos estatutos "é que comecei a enfrentar problemas na administração do banco".

"Espero que a AG não seja uma sessão catártica"

Acrescenta ainda que espera que a AG de 6 de Agosto não seja uma sessão "catártica" e de "discussão de passado e de procura de culpas", mas que "seja um momento de reflexão".

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