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Estudo: Quatro em cada dez pessoas planeia comprar carro nos próximos dois a três anos

Estudo revela que a maioria dos inquiridos com intenção de adquirir uma viatura nova optaria por um elétrico. No entanto, o valor máximo que estão dispostos a pagar é de apenas 28.550 euros. Há, no entanto, diferenças geracionais que vão desde a idade ou tipo de viatura até aos critérios de escolha.

Ana Rita Alemão, cofundadora e Managing Partner da LYD
Pedro Ferreira
25 de Janeiro de 2024 às 15:00
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Quatro em cada dez pessoas planeia comprar uma viatura nos próximos dois a três anos, revela um estudo sobre "as tendências do consumidor português na aquisição e utilização de produtos e serviços automóveis", divulgado, esta quinta-feira, durante o Fórum do Retalho Automóvel, à luz do qual metade dos que pretendem comprar um carro espera adquirir um novo.

Cinco em cada dez pessoas planeia comprar uma viatura nova, enquanto "30% uma semi-nova" e 20% tem a intenção de avançar para a compra de uma viatura usada, refere o estudo, apresentado por Ana Rita Alemão, cofundadora e managing partner da empresa de consultoria especializada LYD (Leading for Greatness) aos participantes daquele que é descrito como "o maior evento exclusivamente dedicado aos temas do negócio da distribuição automóvel em Portugal".

Relativamente ao tipo de veículo a considerar numa compra futura, dos inquiridos (50%) que expressaram a intenção de adquirir uma nova, 70% escolheria um elétrico ou um híbrido, a mesma percentagem dos 30% que comprariam um semi-novo. Já apenas 40% dos inquiridos compraria um elétrico ou híbrido em caso de veículo usado, de acordo com os mesmos dados.

À luz do estudo - desenvolvido com base num inquérito com 6.048 respostas (recolhidas entre 5.432 clientes de concessões e 616 consumidores selecionados, em todo o território nacional,
sem qualquer tipo de estratificação), levado a cabo entre 13 de novembro e 12 de dezembro de 2023 - o valor máximo que os inquiridos estão dispostos a pagar por um veículo elétrico é de 28.550 euros.

Diferenças geracionais

A pesquisa também integra uma análise geracional, no sentido de perceber quais as tendências de consumo na aquisição de produtos e serviços automóveis que se observam em cada uma delas, partindo do pressuposto de que 71% da população portuguesa está atualmente dividida em duas gerações: a X (nascidos entre 1965 e 1981) e a Y (ou os Millenials, nascidos entre 1982 e 1994).

Assim, se, por um lado, tanto no caso dos inquiridos da faixa etária entre os 40 e os 60 anos como os entre os 25 e os 40 anos a percentagem dos que planeia comprar uma viatura nos próximos dois a três anos (40%) é igual, por outro, há depois diferenças geracionais designadamente na "idade" e no tipo de viatura ou até mesmo nos critérios de escolha e locais de compra.

Assim, 60% dos entrevistados da geração X planeia comprar uma viatura nova - contra 30% do lado dos Millenials; apenas 30% dos inquiridos da geração X pondera adquirir um semi-novo - contra 40% na geração anterior. O desfasamento é ainda maior no caso da opção pelos usados, já que entre o universo de inquiridos entre os 40 e os 60 anos apenas 10% tem em vista adquirir um automóvel usado, percentagem que sobe para os 30% entre os Millenials.

Em termos dos critérios de escolha, o preço surge à cabeça em ambos os casos, se bem que na geração mais jovem surge a par com a tecnologia. Já o segundo fator é completamente  diferente: os mais velhos consideram a proximidade do concessionário/oficina, enquanto os mais novos a eficiência energética. Voltam a comungar da mesma opinião no terceiro critério: o preço da manutenção.

Ao nível do valor máximo que estariam dispostos a pagar por um elétrico a geração X aponta 35.000 euros, enquanto a Y fica-se pelos 20.000. No que toca ao diferencial que pagariam em relação a veículos de combustão: entre o grupo mais velho quatro em cada seis diz que pagaria mais 5%, mas junto dos mais novos só apenas quatro em cada dez afirma que o faria.

A forma de compra também varia entre gerações: sete em cada dez pessoas que fazem parte da geração X prefere fazê-lo apenas presencialmente, enquanto na geração seguinte são apenas quatro em cada dez.

E o mesmo sucede no que diz respeito ao local: 40% dos inquiridos entre os 40 e os 60 anos compra num concessionário, opção de apenas 30% dos que têm entre 25 e os 40 anos. Aliás, 10% destes últimos compram num retalhista online, escolha nem sequer referida pela geração mais velha. A aquisição direta no "site" do fabricante é opção de 40% dos inquiridos da geração X e de 60% na Y.

Vantagens? Mais diferenças: os mais velhos citam a possibilidade de contacto humano (40%), enquanto os mais novos (50%) a hipótese de ver a viatura.

O estudo deixa ainda uma série de recomendações ao setor apontando que "desenvolver um modelo operativo centrado no cliente (integrar digital e físico)", "colmatar lacunas e pontos de rutura entre as fases de 'descoberta', 'configuração', 'contacto', 'compra', 'entrega' e 'serviços pós-venda' são cruciais e andam de mãos dadas com a garantia de pontos de contacto online e offline interligados para criar uma viagem integrada".

Chama ainda a atenção ser preciso "investir na transformação de dados em conhecimento" e "explorar alianças estratégicas com diferentes parceiros (alargando a oferta de serviços de mobilidade), o que passa, por exemplo, por "reduzir a dependência das vendas de veículos com rentabilidade mais baixa" ou "atrair novos segmentos de clientes".
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