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Estivadores justificam saída da Maersk de Lisboa com "situação operacional deficiente"

Os estivadores defendem que a saída do grupo dinamarquês "não está relacionada, até ao momento, com a greve em curso" destes profissionais, mas sim com "uma situação operacional deficiente".

Pedro Elias/Negócios
15 de Dezembro de 2015 às 13:43
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O Sindicato dos Estivadores indicou esta terça-feira, 15 de Dezembro, que a saída do grupo dinamarquês Maersk do Porto de Lisboa "não está relacionada, até ao momento, com a greve em curso" destes profissionais, mas sim com "uma situação operacional deficiente".

 

O Diário Económico adiantou na sua edição desta terça-feira que o grupo Maersk, o maior armador mundial, comunicou aos clientes e parceiros de que vai abandonar as operações no Porto de Lisboa devido à greve dos estivadores.

 

Em comunicado, o Sindicato dos Estivadores salientou que "esta realidade é provocada pela situação operacional deficiente que tem vindo a ser oferecida pelos operadores/empresas de estiva que detêm as concessões dos terminais portuários de Lisboa e não está relacionada, pelo menos até ao momento, com a greve em curso".

 

O sindicato lembrou que o Porto de Lisboa "vive uma situação caótica, provocada pela limitação das operações portuárias, com o consequente congestionamento dos navios que demandam o porto e mesmo o desvio de alguns navios para outros portos, nomeadamente Aveiro, Leixões, Sines e mesmo portos estrangeiros".

 

Os estivadores salientam também que algumas das empresas portuárias que operam no Porto de Lisboa "integram grupos económicos que detêm concessões de terminais nos restantes portos nacionais para onde alguns navios ou linhas de navegação estão a ser desviados".

 

De acordo com o sindicato, os operadores responsabilizam os estivadores e apontam o dedo à greve.

 

No entanto, para os estivadores "as razões das alterações laborais no Porto de Lisboa são "da única e exclusiva responsabilidade dos operadores, uma vez que a AETPL -- Associação-Empresa de Trabalho Portuário (ETP) de Lisboa deixou de colocar cerca de 50 trabalhadores eventuais, que sempre prestaram trabalho exclusivo no Porto de Lisboa, desde há cerca de 8 anos, e que, por escrito, já manifestaram por várias vezes a sua disponibilidade para trabalhar".

 

"Ora, não sendo os 50 trabalhadores sindicalizados, e não havendo recusa deste sindicato, nem dos sócios do mesmo, em trabalhar com aqueles -- todos prestavam trabalho no Porto de Lisboa em Setembro de 2015 -- a sua não colocação nada tem a ver com os pré-avisos de greve", é referido no comunicado.

 

O Sindicato de Estivadores diz ainda existir uma "apatia generalizada das entidades oficiais que supervisionam e tutelam os portos portugueses relativamente às previsíveis consequências negativas desta postura deliberada e irresponsável das empresas portuárias de Lisboa para o futuro do porto, para as economias da região e nacional, as quais se podem vir a agravar nos tempos mais próximos".

 

O Diário Económico desta terça-feira, 15 de Dezembro, adianta que esta já é a "segunda baixa entre o clube dos maiores armadores mundiais que escalavam o Porto de Lisboa e que vão deixar ou já deixaram de o fazer, depois da alemã Hapag-Lloyd ter trocado a capital por Leixões enquanto durar a greve dos estivadores (até 31 de Dezembro)". 

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