Notícia
Empresa espanhola a gerir PPP de Cascais é "arriscado", diz CEO da Lusíadas Saúde
Vasco Antunes Pereira entende que o Governo arriscou quando deu a vitória à Ribera Salud no concurso para a parceria público-privada do Hospital de Cascais. Ainda assim, elogia a atual equipa de gestão.
25 de Fevereiro de 2024 às 11:00
A Ribera Salud, que em 2022 acabou a concorrer sozinha para a gestão do Hospital de Cascais, foi selecionada para esta PPP mas Vasco Antunes Pereira considera que foi uma decisão arriscada. Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o presidente executivo da Lusíadas Saúde — a empresa que geriu aquele hospital durante 14 anos e que desistiu do último concurso por entender que não havia sustentabilidade económica — considera que a entidade espanhola terá dificuldade em reter e atrair talento.
"Eu relembro que ter um operador espanhol a gerir um hospital do SNS, com nenhuma presença em Portugal — nós na altura dissemos isto ao Ministério da Saúde — parece-me arriscado. Parece-me que estamos a ter uma entidade com muito pouca capacidade de capilaridade, com muito pouca capacidade de reter profissionais em Portugal e de atrair novos profissionais, porque só tem o hospital de Cascais", afirmou o gestor.
Em causa está uma empresa que, em 2022, já depois do concurso em Cascais, passou a ser participada da Vivalto Santé – o mesmo grupo francês que adquiriu a Lusíadas Saúde nesse ano.
Questionado se essa incapacidade já se comprova, passado cerca de um ano da nova gestão, o CEO da Lusíadas Saúde afirma que ainda não conhece as contas do Hospital de Cascais e ressalva que não tem qualquer "feedback", embora deseje "que corra bem", tecendo elogios à equipa que gere aquela unidade: "A equipa que era a equipa Lusíadas do Hospital de Cascais ficou na parceria público-privada. Eu tenho muita confiança que aquela equipa fará o possível para garantir a excelência de cuidados a que habituou aquela população".
E por que razão é que a Lusíadas Saúde desistiu desse concurso, alegando não haver sustentabilidade económica na PPP, quando a Ribera Salud considerou as condições "adequadas"? Vasco Antunes Pereira respondeu que "os espanhóis, provavelmente devido à experiência que têm, devido à escala que podem eventualmente ter, consideraram que conseguem fazer um período de 10 anos naquele contrato", mas sublinhou que "um processo que se queria concorrencial não teve concorrência" e que, além da Ribera Salud, "ninguém apresentou proposta por considerar que o modelo não tinha viabilidade".
"Eu relembro que ter um operador espanhol a gerir um hospital do SNS, com nenhuma presença em Portugal — nós na altura dissemos isto ao Ministério da Saúde — parece-me arriscado. Parece-me que estamos a ter uma entidade com muito pouca capacidade de capilaridade, com muito pouca capacidade de reter profissionais em Portugal e de atrair novos profissionais, porque só tem o hospital de Cascais", afirmou o gestor.
Questionado se essa incapacidade já se comprova, passado cerca de um ano da nova gestão, o CEO da Lusíadas Saúde afirma que ainda não conhece as contas do Hospital de Cascais e ressalva que não tem qualquer "feedback", embora deseje "que corra bem", tecendo elogios à equipa que gere aquela unidade: "A equipa que era a equipa Lusíadas do Hospital de Cascais ficou na parceria público-privada. Eu tenho muita confiança que aquela equipa fará o possível para garantir a excelência de cuidados a que habituou aquela população".
E por que razão é que a Lusíadas Saúde desistiu desse concurso, alegando não haver sustentabilidade económica na PPP, quando a Ribera Salud considerou as condições "adequadas"? Vasco Antunes Pereira respondeu que "os espanhóis, provavelmente devido à experiência que têm, devido à escala que podem eventualmente ter, consideraram que conseguem fazer um período de 10 anos naquele contrato", mas sublinhou que "um processo que se queria concorrencial não teve concorrência" e que, além da Ribera Salud, "ninguém apresentou proposta por considerar que o modelo não tinha viabilidade".