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Endesa reúne activos a alienar na Viesgo
A Endesa vai reunir todos os activos que pretende alienar em Espanha na Electra del Viesgo, cuja aquisição interessa à Electricidade de Portugal (EDP), anunciou a maior eléctrica espanhola em comunicado.
Após a reestruturação anunciada hoje, a Electra de Viesgo vai passar a ser a quinta empresa espanhola do sector com interesses na área da geração e distribuição de energia.
«A nova Viesgo vai integrar uma companhia geradora e outra distribuidora, dispondo de um total de 2,610 MW de potência e 560 mil clientes», sublinhou a Endesa, no referido comunicado.
Contactada pelo Canal de Negócios, fonte oficial da Endesa avançou que «ainda não foi definida uma data para a venda dos activos em Espanha», sem adiantar qual o valor pelo qual deverá ser alienada a Viesgo.
A empresa vai contar com uma quota de mercado de 5,4% no segmento da geração de energia. Para além das centrais que já integravam a companhia, a Electra del Viesgo vai ainda integrar outras seis centrais detidas integralmente pela Endesa, com uma capacidade total instalada de 1.697 MW.
A nova companhia vai também passar a contar com as participações da Endesa nas centrais nucleares de Burgos, onde detém 50%, e na de Trillo, onde controla 1%.
Os interesses da Electra del Viesgo no mercado espanhol de distribuição de energia eléctrica vão ficar inalterados após a reestruturação, segundo a mesma fonte.
A Electra del Viesgo será alienada através de concurso, no âmbito de um plano que prevê a venda de activos da Endesa no valor de 5 mil milhões de euros (mil milhões de contos) em Espanha e no estrangeiro, com o objectivo de financiar parcialmente os investimentos de 14,4 mil milhões de euros (2,88 mil milhões de contos) previstos para os próximos anos.
EDP interessada na aquisição da ViesgoA EDP já manifestou o seu interesse na aquisição da Electra del Viesgo, uma operação que pretende realizar através da Hidrocantábrico, onde detém uma participação de 19,2%, em conjunto com a Cajastur.
No entanto, o presidente da eléctrica nacional, Francisco Sanchéz, admitiu recentemente que a EDP poderá concorrer sozinha à aquisição da Viesgo, caso não seja possível levantar a suspensão dos direitos de voto da empresa na Hidrocantábrico.
O Governo espanhol suspendeu recentemente os direitos de voto da Adygensival, que reúne a EDP e a Cajastur, no capital da eléctrica asturiana, fazendo o mesmo com a Ferroatlántica, que controla 59,66% da Hidrocantábrico, devendo pronunciar-se sobre a matéria no espaço de três meses.
A legislação espanhola impede que empresas com capitais públicos, como a EDP, exerçam os direitos de voto correspondentes a participações no capital de empresas espanholas do sector eléctrico, pelo que, caso a EDP concorresse à venda da Electra de Viesgo, necessitaria também da aprovação do Executivo de Madrid.
Às 15h31, a EDP transaccionava inalterada nos 2,99 euros (599 escudos).