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Empresas públicas perdem 430 milhões de euros até Junho

Os prejuízos do Sector Empresarial do Estado revelam um desvio de 260% face ao orçamentado pelas empresas. O sector da saúde é responsável por perdes de 118 milhões quando as previsões eram de lucros de 164 milhões.

30 de Novembro de 2015 às 17:56
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O resultado líquido das empresas públicas no primeiro semestre deste ano foi negativo em 431 milhões de euros, abaixo das previsões que apontavam para perdas de apenas 120 milhões de euros, ou seja, revela um desvio de 260% face ao objectivo expresso nos orçamentos. No entanto, este montante representa, por outro lado, uma melhoria de 30% face aos prejuízos de 618 milhões registados no mesmo período de 2014.

De acordo com o boletim informativo do Sector Empresarial do Estado (SEE) relativo ao segundo trimestre, divulgado pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público Empresarial (UTAM), os sectores dos transportes e armazenagem, da saúde e gestoras de património são os que apresentam as maiores perdas, de 295,7 milhões, 118 milhões e 90,5 milhões respectivamente.

O sector da saúde foi também o que registou o maior desvio de previsão negativo. Neste sector a previsão apontava para valores positivos de 164,7 milhões de euros, quando os resultados apresentados são de 188 milhões negativos.

As empresas com maior acréscimo do resultado líquido foram, segundo o boletim, a Parpública, a Metro do Porto e a Estradas de Portugal.

Já as que registaram o maior decréscimo dos resultados foram a TAP, a EDIA e o Centro Hospitalar de Universitário de Coimbra.

No caso da TAP o decréscimo do resultado líquido foi de cerca de 45 milhões de euros, o que "espelha essencialmente a evolução desfavorável do seu resultado operacional", refere a UTAM.

O endividamento do SEE, por seu lado, era no final de Junho de cerca de 30.580 milhões de euros. Um valor em linha com o objectivo expresso nos orçamentos das empresas (menos 24,7 milhões). Relativamente ao final de 2014, o nível de endividamento registou uma diminuição de 3%, na ordem dos 927 milhões de euros.

O sector dos transportes e armazenagem soma a maior dívida, de quase 17,9 mil milhões de euros, um valor que representou uma redução de 3% face aos 18,4 mil milhões registados em Dezembro do ano passado.

As empresas que registaram os maiores decréscimos do endividamento foram a Refer, a Parpública e a Parvalorem. Já as que mais subiram a sua dívida foram a Metro do Porto, a TAP e a Estradas de Portugal.


A UTAM explica que a redução da dívida da Refer entre Dezembro de 2014 e Junho de 2015 deveu-se ao reembolso em Março dos empréstimos obrigacionista no montante de 600 milhões de euros e às amortizações de empréstimos do Banco Europeu de Investimento no montante de cerca de 25 milhões de euros.


O aumento da dívida total da TAP, refere a UTAM, no montante de cerca de 47 milhões, decorreu da contratação de novos financiamentos e do plano de amortizações da dívida já existente, nomeadamente as amortizações de leasings financeiros e de financiamentos, é explicado no boletim.


O EBITDA das empresas públicas nos primeiros seis meses deste ano foi de cerca de 421 milhões de euros, superior em 206 milhões – ou 96% - ao registado há um ano. Face às previsões das empresas está 25% abaixo.


O Metro do Porto e a Parpública registaram os maiores crescimentos do EBITDA., Já a TAP apresentou o maior decréscimo, de cerca de 60 milhões de euros, essencialmente devido ao aumento de cerca de 57 milhões dos gastos operacionais.


O volume de negócios do SEE cresceu por seu lado 6% face ao mesmo período de 2014, situando-se em quase 4 mil milhões de euros.

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