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Empresas francesas preocupadas com burocracia e impostos em Portugal
As 700 empresas franceses presentes no país são responsáveis por 60 mil postos de trabalho. Um estudo aponta que, apesar de alguns constrangimentos, estas companhias querem continuar a investir no país.
As empresas gaulesas a operar em Portugal geraram 10 mil milhões de euros de volume de negócios em 2015, mas consideram que a burocracia e os impostos são constrangimentos à sua actividade.
De visita a Portugal, o secretário de Estado do Comércio Externo francês apontou que actualmente existem 700 empresas franceses em Portugal e com 60 mil postos de trabalho criados. Em 2015, as trocas comerciais entre os dois países atingiram os 10 mil milhões de euros. França é o segundo maior destino das exportações nacionais e o terceiro maior fornecedor a Portugal.
"Isto mostra bem a intensidade da nossa relação e que pode aumentar ainda mais no futuro", disse Matthias Fekl esta sexta-feira, 18 de Março, à margem da 4ª conferência económica luso-francesa.
Mas as companhias gaulesas mostram algumas preocupações em relação a Portugal, com a burocracia, os impostos e as regulações fiscais a serem apontados como os principais constrangimentos para sua actividade no país.
Esta é a conclusão do estudo "Contributo do investimento francês para Portugal" da autoria de José Mata e Luís Filipe Lages, professores da Universidade Nova de Lisboa.
O estudo inquiriu 41 empresas francesas presentes no país, e apesar dos constrangimentos apontados, estas companhias reportaram altas percentagens de investimento, com 68% delas a investir no desenvolvimento do seu negócio em 2015.
As empresas francesas foram as que geraram mais valor acrescentado bruto (VAB) em 2014. Entre 2010 e 2014, estas companhias foram as que mais cresceram entre os investidores estrangeiros em Portugal tanto em número como em valor acrescentado.
Além de terem uma presença importante na banca e nos seguros, as empresas francesas têm também um peso significativo fora do sector financeiro, com activos de 20 mil milhões de euros no comércio e indústria.
Na apresentação do estudo durante a 4ª conferência económica luso-francesa, o professor José Mata sublinhou que o "desempenho das empresas francesas é visto como muito positivo pelos seus responsáveis, que encontram-se muito satisfeitos".
Além dos bens e serviços vendidos obterem um bom desempenho no mercado interno, tanto se destinam à exportação. "O bom desempenho é visível no mercado domésticos e no mercado de exportação", destacou.
Devido a este bom desempenho, as "intenções de investimento continuam elevadas", com 46% das empresas inquiridas a revelarem que consideram investir.