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Empresas portuguesas melhoram contas mas mais de um terço ainda tinha prejuízos em 2017

Mais de um quarto das empresas portuguesas ainda tinha capitais próprios negativos em 2017. Mas a rendibilidade dos capitais próprios melhorou 2 pontos percentuais para 9%.

20 de Novembro de 2018 às 12:14
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Os indicadores financeiros das empresas portuguesas melhoraram de forma substancial em 2017, quer ao nível da demonstração de resultados, quer no balanço.

Uma progressão positiva face aos anos anteriores, mas que não afasta ainda vários indicadores de risco no tecido empresarial português.

De acordo com os dados revelados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, que incorporam os dados recolhidos na Informação Empresarial Simplificada (IES), 36,2% das empresas portuguesas fecharam 2017 com um resultado líquido negativo. Apesar deste peso ser ainda considerável, tem vindo a reduzir-se de forma sustentada ao longo dos anos. Em 2013, quando a recessão atingiu o pico em Portugal, 43,7% das empresas portuguesas tinham prejuízos. Em 2016 já era de 37,5% (mais 1,3 pontos percentuais do que no ano passado).  

No que diz respeito ao EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no ano passado era negativo para 30,3% das empresas portuguesas. Uma queda de 1 ponto percentual face a 2016 e de 2,7 pontos percentuais contra 2013.

Ao nível do balanço, as empresas com capital próprio negativo representavam 25,6% do total, quando em 2016 o peso era de 26,9% e em 2013 de 28,4%.

O Banco de Portugal dá conta de outros indicadores que mostram uma melhoria da saúde financeira das empresas portuguesas. "A rendibilidade dos capitais próprios das empresas não financeiras privadas, em 2017, situou-se em 9,0%, mais 2,2 pontos percentuais (pp) do que o observado em 2016", sendo que "este aumento foi impulsionado pela rendibilidade das PME, que aumentou 3,0 pp para 7,8%". 

A autonomia financeira (capital próprio em percentagem do activo) aumentou 1 pp para 33,2% e o peso dos empréstimos no total do activo reduziu-se 1,3 pp para 31,3%. O custo da dívida baixou três décimas para 3,7%, o que corresponde a uma redução de 0,3 pp.

"A redução do endividamento e do custo da dívida e o aumento da rendibilidade resultaram numa melhoria generalizada dos rácios de financiamento", diz o Banco de Portugal, que destaca o rácio de cobertura de gastos de financiamento pelo EBITDA, que passou de 5,0 para 6,1.

Os indicadores financeiros das empresas portuguesas melhoraram de forma substancial em 2017, quer ao nível da demonstração de resultados, quer no balanço.

 

O Banco de Portugal revelou esta semana uma série de indicadores recolhidos na Informação Empresarial Simplificada (IES), que mostram como a evolução está a ser positiva, tendo em 2017 prosseguido a tendência dos anos mais recentes.

 

O Negócios seleccionou 10 destes indicadores, que estão visíveis nos gráficos abaixo, que mostram como as empresas estão a melhorar as suas contas.

 

Há cada vez menos empresas com prejuízos

Os dados do Banco de Portugal mostram que há cada vez menos empresas em Portugal com resultados líquidos negativos. Embora o peso no total persista acima de um terço, 2017 foi o quinto ano seguido de descida e está agora no nível mais reduzido desde 2006. Em 2013, quando a recessão atingiu o pico em Portugal, 43,7% das empresas portuguesas tinham prejuízos. Em 2016 o peso já era de 37,5% (mais 1,3 pontos percentuais do que no ano passado).


 

Empresas com EBITDA negativo descem pelo quinto ano

No que diz respeito ao EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no ano passado era negativo para 30,3% das empresas portuguesas. Uma queda de 1 ponto percentual face a 2016 e de 2,7 pontos percentuais contra 2013. A percentagem de empresas com EBITDA negativo era no ano passado a mais baixa desde 2007, após cinco anos a descer. 

 


Percentagem de empresas com capital próprio negativo baixa 2 pontos em quatro anos

As empresas com capital próprio negativo representavam 26,5% do total, quando em 2016 o peso era de 26,9% e em 2013 de 28,4%. O pico foi atingido em 2014 nos 28,5% e desde então recuou dois pontos percentuais.

 

 

PME impulsionam rendibilidade dos capitais próprios

Em 2012, ano do pico da crise em Portugal, as empresas do país apresentaram uma rendibilidade dos capitais próprios negativa. Desde então este indicador apresentou sempre melhorias, até atingir os 9% no ano passado, o que representa o rácio mais elevado desde 2010. Uma tendência que mostra que o nível de capitalização das empresas está a ser reforçado, bem como a rendibilidade das empresas. Segundo o Banco de Portugal, este aumento foi impulsionado pela rendibilidade das PME, que aumentou 3 pontos percentuais para 7,8%.



 

 

 

Capacidade das empresas pagarem juros está em máximos de 2006

O EBITDA gerado pelas empresas em 2017 era suficiente para pagar mais de seis vezes os gastos de financiamento desse ano. Este rácio, que mede a capacidade das empresas remunerarem o serviço da dívida com a actividade operacional, tem vindo a melhorar de forma acentuada desde 2012 e está no nível mais elevado desde, pelo menos, 2006.

 

 

 

Margem operacional em máximos de sete anos 

O EBITDA alcançado em 2017 pelas empresas portuguesas correspondia a 11% das receitas obtidas, o que reopresenta a margem operacional mais elevada dsde 2010. A melhoria face ao ano anterior é de 6 décimas e situa-se três pontos percentuais acima do mínimo fixado em 2012. Contudo, ainda está abaixo do registado há 10 anos.

 

 

 

Juros caem 1 ponto percentual em três anos

A descida das taxas de juro por parte do BCE teve um impacto significativo nos custos de financiamento das empresas portuguesas. No ano passado os custos com juros que as empresas  suportaram representava 3,7% dos financiamentos obtidos. Trata-se do nível mais baixo desde 2006 e uma queda de 1 ponto percentual no espaço de um ano. 2017 foi o quinto ano consecutivo de descida nos custos de financiamento das empresas.

 

 

Alavancagem financeira baixa seis pontos percentuais desde 2012

A elevada alavancagem tem sido um dos problemas mais persistentes da economia portuguesa como um todo e também do sector privado empresarial. Também aqui as empresas portugeusas estão a dar sinais positivos, pois este rácio que mede a relação entre o endividamento e os activos desceu em 2017 pelo quinto ano consecutivo. Desde o pico de 58,6% atingido em 2012 a descida foi superior a seis pontos percentuais, mas ainda persiste acima dos 50% e do registado em 2006.



 

Menos empresas em dificuldades do que antes da crise

Em 2012 quase um quarto das empresas portuguesas não gerava um EBITDA suficiente para suportar os custos de financiamento. Este rácio tem vindo a descer de forma considerável ao longo dos últimos anos e em 2017 já se situava abaixo dos 15%. Está agora já abaixo do registado em 2006, mostrando que o número de empresas em dificuldades financeiras é bem inferior ao registado antes da crise.

 

 

Prazo médio de pagamentos em mínimos

 A melhoria da saúde financeira das empresas portuguesas tem também contribuido para minorar o problema dos atrasos no pagamento de facturas. Em 2017 a empresas demoravam em média 65 dias a efectuar os pagamentos, o que corresponde ao prazo mais curto desde 2006. O máximo foi atingido ainda antes da crise, com o prazo médio de pagamento a antigir 78 dias.

 

 

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