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Empreendedores agrícolas já têm guia online

O manual, que visa ajudar empreendedores a desenvolver negócios na agricultura, floresta e pecuária, fui apresentado esta terça-feira nas MBIA Talks, da McDonald’s, onde quatro start-ups se apresentaram a investidores.

Uma ceifeira Deere & Co. John Deere 9560 a colher trigo numa quinta em Kirkland, no estado de Illinois, nos Estados Unidos.
Bloomberg
05 de Abril de 2016 às 16:33
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Um guia para ajudar empreendedores a "estruturar o negócio", "constituir uma empresa" e obter "financiamento ao investimento" na agricultura, tentando pelo meio perceber o complexo sistema de apoios que a Comissão Europeia atribui ao sector.  

É, na prática, este o objectivo do Guia do Empreendedor Agrícola, um projecto que começou há seis meses no seio da McDonald’s Business Initiative for Agriculture (MBIA), e desenvolvido pela Inovisa, associação especializada sediada no instituto Superior de Agronomia (ISA).


O guia, apresentado esta terça-feira 5 de Abril, que conforme explicou Luís Mira da Silva, presidente da Inovisa, é essencialmente prático e, por isso, digital, visa sobretudo diminuir o risco de insucesso de empresas inovadoras na área agrícola, agro-pecuária ou florestal.

Não é que haja números para aferir como tem corrido a incursão dos jovens no sector nos últimos anos, tantas vezes presente no debate político da tutela. Mas da experiência que tem, Luís Mira da Silva acredita que o risco aumenta em duas fases do processo: na elaboração (ou na falta dela) de um modelo de negócio estruturado e assente numa opção estratégica clara e viável; e, por outro, quando se chega à questão da obtenção de financiamento.

A especificidade da actividade – dada a risco muitas vezes imponderáveis – e com períodos de retorno muito longos face aos serviços, levou durante muitos anos a banca comercial a não arriscar, e justifica, na opinião do presidente da Inova, os apoios dados historicamente ao sector provenientes de Bruxelas.

Aceleração não está nos planos

Tendo criado a MBIA como agregador de produtores agrícolas – partindo do seus próprios fornecedores – e tentando reunir outras vontades, a McDonald’s Portugal, pela voz de Inês Lima, directora de marketing e comunicação da multinacional norte-americana no país, garante que o objectivo da cadeia de restauração "não tem objectivo de auto-promoção".

Mas sim, completa André Santos, gestor de qualidade e compras da McDonald’s Portugal, "dinamizar os contactos", e promover o diálogo entre as partes, também no sentido de reunir esforços.

Neste âmbito, a cadeia de "fast food" promoveu esta terça-feira, 5 de Abril, a primeira sessão das MBIA Talks, apresentando quatro casos de start-ups, dedicadas ao sector agrícola, a fim de captarem investidores. Uma segunda sessão das MBIA Talks poderá ocorrer em Outubro próximo, mas ainda está em análise, disse Inês Lima.

O que é certo é que um terceiro passo, da aceleração de empresas, não está previsto pela McDonald’s em Portugal. "Não é suposto a McDonald’s fazê-lo", defende André Santos.


Quatro projectos à procura de investidores

 

Iellow – Criado por Maria Teresa Azoia a partir da lacuna comercial que detectou enquanto mãe, a Bee Iellow é, de forma simples, uma forma inovadora de embalar mel de abelha. A marca dá nome a unidoses de 5 e 15 gramas, de utilização fácil e limpa (não é preciso rasgar a embalagem) e que tem a rede alimentar e o canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) como alvos de distribuição no mercado.

Coolfarm – apresentado por Gonçalo Cabrita, presidente executivo da start-up, a Coolfarm é um sistema de controlo inteligente (via sensores no terreno e gestão na cloud) de estufas e armazéns verticais. Está já numa fase mais avançada do processo de desenvolvimento, tendo ganho a gestão de dois hectares de estufas de flores em Portugal e "10 andares de plantas em 500 metros quadrados" de um armazém em Londres. Durante a apresentação, o gestor deu a deixa à McDonald’s: "Não há nada como ir buscar uma alface ao telhado de um restaurante".

Muu – Plataforma de gestão dedicada ao sector dos bovinos, a Muu nasce na Faarm, segunda start-up no currículo de Miguel Lupi. O modelo visa, perante o pagamento de uma verba mensal, a recolha, agregação, análise e disseminação de informação pelos aderentes. Tem hoje mais de 150 utilizadores.

Wise Crop – Criada em 2013, e vencedora nesse ano do concurso Startup Chile – a única portuguesa em 1.600 candidatos –, a Wise Crop faz a monitorização das colheitas. O que inclui um interface baseado em sensores que dão informação detalhada das condições do solo e atmosféricas; interacção com o sistema de rega; modelos de pragas e doença e a planificação do seu tratamento; possibilidade de introdução simples de dados para a realização de um caderno de campo; e até – por contratação de terceiros – a vigilância das explorações por drones. A empresa já teve financiamento, em 2015, de uma capital de risco.

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