Notícia
Eletrobras nega acordos com a Iberdola para a EDP
Candidato brasileiro desmente negociações. Mas admite que a posição da Iberdrola da EDP venha a estar sobre a mesa.
A Eletrobras nega a existência de qualquer acordo com a espanhola Iberdrola para controlar a EDP. Reagindo ontem à noite a uma notícia da véspera do jornal brasileiro “Valor Económico” e que o Negócios ontem também noticiou, fonte da empresa em Portugal disse que “em nenhum momento cogitou a fazer nenhuma parceria com empresa de energia para o controlo da empresa portuguesa”.
As notícias do “Valor Económico” e do Negócios davam conta de um acordo entre o candidato brasileiro à compra de 21,4% da EDP e a espanhola Iberdrola, actual maior accionista privado da eléctrica portuguesa com mais de 6%. Esse acordo seria uma extensão de outro negócio já apadrinhado pelo Governo de Dilma, que permitiria à Iberdrola passar a controlar a brasileira Neoenergia. Estas informações foram publicadas há dois dias pelo “Valor Económico”, que garantia que a Iberdrola aumentaria a sua participação actual de 39% na Neoenergia para cerca de 60%, por compra de acções ao Banco do Brasil e ao fundo de pensões Previ. Já o BNDESPar, a poderosa “holding” de participações do brasileiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é público, entraria como sócio estratégico da Neoenergia. O acordo para a EDP faria parte do “pacote”, tendo sido noticiadas reuniões entre o presidente do BNDES e o presidente executivo da Iberdrola. O BNDES desmentiu ontem, em comunicado no Brasil, o acordo com a Iberdrola para a Neoenergia.
Fonte da Eletrobras em Portugal desmentiria ontem à noite quaisquer negociações com a Iberdrola para a EDP, mas admitiu que a posição dos espanhóis possa mais tarde ser transacionada, se os espanhóis estiverem vendedores. Se essa participação for vendida, tal permite que, qualquer que seja o comprador da participação do Estado na EDP (21,4% nesta fase e, admite-se, os últimos 4% do Estado mais tarde, o que totaliza 25,4%), possa aproximar-se do limite de participação a partir do qual é obrigatório lançar uma OPA. Ora, como o Negócios ontem revelou, a proposta brasileira para a EDP exige como condição que o limite aos direitos de voto da EDP seja levantado em Assembleia Geral da empresa (que deverá ser marcada para o final de Janeiro) para 32%, o que é precisamente a soma das posições que o Estado tem à venda e da Iberdrola. Esta proposta da Eletrobras surpreendeu, uma vez que as condições da privatização previam que não fossem colocadas condições à proposta. Ora, se a Eletrobras vencer a privatização e depois a Assembléia Geral não aprovar a subida do limite dos direitos de voto, a operação é cancelada.
Como o Negócios ontem noticiou, os accionistas da EDP já se pronunciaram sobre as quatro propostas finais para a participação da EDP, através de uma reunião do Conselho Geral e de Supervisão, órgão presidido por António de Almeida, que deu preferência às propostas chinesa da Three Gorges e alemã da E.ON, em detrimento das propostas brasileiras da Cemig e da Eletrobras. Já a Parpública excluiu apenas a Cemig. O Governo escolherá agora com que candidato ou candidatos quer fazer a negociação final, que estará fechada até ao final deste ano.
Eletrobras reivindica méritos
Num texto enviado ontem à redacção do Negócios, a Eletrobras frisou as vantagens da sua proposta para a EDP, explicando que a aliança entre as duas empresas “tem seu centro lógico na forte convergência e complementaridade estratégica entre as duas empresas”, possibilitando que “a EDP venha a ser a maior empresa de energia eólica do mundo”, fortalecendo a sua posição estratégica na Península Ibérica e na Europa e abrindo-lhe acesso à “América do Sul com foco no Brasil e a África, com ênfase nos países de língua portuguesa”.
“A parceria contribuiria fortemente para a visão da Eletrobras de ser em 2020 o maior sistema empresarial global de energia limpa, centralizando suas acções no desenvolvimento de grandes centrais hidrelétricas”, diz o texto.
A proposta da Eletrobras inclui “uma grande capitalização da EDP, que possibilitaria à empresa portuguesa desenvolver um plano de expansão três vezes maior que o atual”. Esse plano passa pelo financiamento pelo BNDES “a taxas muito competitivas, o que possibilitaria à EDP reverter o perfil de sua dívida de curto prazo.”
As notícias do “Valor Económico” e do Negócios davam conta de um acordo entre o candidato brasileiro à compra de 21,4% da EDP e a espanhola Iberdrola, actual maior accionista privado da eléctrica portuguesa com mais de 6%. Esse acordo seria uma extensão de outro negócio já apadrinhado pelo Governo de Dilma, que permitiria à Iberdrola passar a controlar a brasileira Neoenergia. Estas informações foram publicadas há dois dias pelo “Valor Económico”, que garantia que a Iberdrola aumentaria a sua participação actual de 39% na Neoenergia para cerca de 60%, por compra de acções ao Banco do Brasil e ao fundo de pensões Previ. Já o BNDESPar, a poderosa “holding” de participações do brasileiro Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é público, entraria como sócio estratégico da Neoenergia. O acordo para a EDP faria parte do “pacote”, tendo sido noticiadas reuniões entre o presidente do BNDES e o presidente executivo da Iberdrola. O BNDES desmentiu ontem, em comunicado no Brasil, o acordo com a Iberdrola para a Neoenergia.
Como o Negócios ontem noticiou, os accionistas da EDP já se pronunciaram sobre as quatro propostas finais para a participação da EDP, através de uma reunião do Conselho Geral e de Supervisão, órgão presidido por António de Almeida, que deu preferência às propostas chinesa da Three Gorges e alemã da E.ON, em detrimento das propostas brasileiras da Cemig e da Eletrobras. Já a Parpública excluiu apenas a Cemig. O Governo escolherá agora com que candidato ou candidatos quer fazer a negociação final, que estará fechada até ao final deste ano.
Eletrobras reivindica méritos
Num texto enviado ontem à redacção do Negócios, a Eletrobras frisou as vantagens da sua proposta para a EDP, explicando que a aliança entre as duas empresas “tem seu centro lógico na forte convergência e complementaridade estratégica entre as duas empresas”, possibilitando que “a EDP venha a ser a maior empresa de energia eólica do mundo”, fortalecendo a sua posição estratégica na Península Ibérica e na Europa e abrindo-lhe acesso à “América do Sul com foco no Brasil e a África, com ênfase nos países de língua portuguesa”.
“A parceria contribuiria fortemente para a visão da Eletrobras de ser em 2020 o maior sistema empresarial global de energia limpa, centralizando suas acções no desenvolvimento de grandes centrais hidrelétricas”, diz o texto.
A proposta da Eletrobras inclui “uma grande capitalização da EDP, que possibilitaria à empresa portuguesa desenvolver um plano de expansão três vezes maior que o atual”. Esse plano passa pelo financiamento pelo BNDES “a taxas muito competitivas, o que possibilitaria à EDP reverter o perfil de sua dívida de curto prazo.”