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Eléctricas espanholas exigem o fim do «caos regulatório»

As eléctricas espanholas estão a pressionar o Governo para que acabe com o que qualificam de «caos regulatório» criado pelo real-decreto de Fevereiro deste ano que fixou, de forma provisória, um preço fixo de 42,5 euros por MWh para os contratos de venda

09 de Junho de 2006 às 09:38
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As eléctricas espanholas estão a pressionar o Governo para que acabe com o que qualificam de «caos regulatório» criado pelo real-decreto de Fevereiro deste ano que fixou, de forma provisória, um preço fixo de 42,5 euros por MWh para os contratos de venda de energia dentro do mesmo grupo.

No primeiro trimestre do ano, de acordo com dados avançados pelo «Expansíon», o sector eléctrico perdeu 442 milhões de euros na sequência da aplicação deste diploma.

No caso da Hidrocantábrico, distribuidora controlada pela EDP, o impacto negativo das alterações regulatórias no EBITDA (cash-flow operacional) totalizou 33 milhões de euros até Março.

Esta factura inclui uma perda da ordem dos quatro milhões de euros na margem das vendas de electricidade, na sequência do preço fixo, e ainda os custos da perda dos direitos de CO2 que tinham sido atribuídos gratuitamente.

Entre Abril e Junho, a factura dos custos da regulação poderá superar os 600 milhões de euros para as eléctricas espanholas, ainda segundo números do «Expansíon».

Iberdrola provoca «crash» na bolsa eléctrica

Ontem, a Iberdrola «boicotou»  a negociação na «pool» (bolsa onde os produtores vendem a energia aos distribuidores) ao dar ordens à sua distribuidora para não comprar electricidade acima dos 33 euros MWh. Há meses, que as cotações se mantêm entre os 50 e os 70 euros por MW.

O resultado desta ordem foi que cerca de 40% da energia colocada à venda na «pool» não conseguiu comprador, provodando um «crash» no preço médio do MWh que derrapou até aos 31 euros.

Esta situação obrigou ainda a Rede Eléctrica Espanhola (REE) a desencadear mecanismos de restrição às centrais produtoras que não conseguiram vender a sua produção na bolsa para evitar um «apagão».

Ainda de acordo com o Expansíon, o Ministério da Indústria pediu à Comissão Nacional de Energia (CNE) para que abra uma investigação a este caso.

A Iberdrola justifica a sua decisão com a necessidade de conter as perdas.

Também as outras eléctricas contestam a manutenção das medidas provisórias adoptadas pelo Governo espanhol e que, visam nomeadamente conter o défice tarifário, que ascendeu a 3,8 mil milhões de euros em 2005, e acabar com o que considerava a manipulação de preços da «pool» por parte das eléctricas.

A Endesa, a Union Fenosa e a Hidrocantábrico reivindicam uma revisão em alta do preço fixado pelo Executivo para os contratos de venda de energia entre empresas do grupo que, dizem, não permite às centrais produtoras recuperar os seus custos.

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