A EDP rejeita que tenha sido hoje assinado qualquer acordo de parceria estratégica entre a EDP e a Sonatrach. "Se estamos todos em Lisboa [conselho de administração da EDP] é sinal de que nenhum acordo está a ser fechado na Argélia", afirmou o CEO da eléctrica portuguesa.

Uma fonte governamental, citada pela Lusa, deu conta ao início da tarde de que "foi assinado um acordo de parceria estratégica entre a EDP e a Sonatrach". Mas António Mexia voltou apenas a declarar que "estão a decorrer negociações, tal como informámos o mercado num comunicado relevante na semana passada".

O CEO da eléctrica reiterou que "ninguém está pressionado para amanhã. Estamos a trabalhar calmamente, seja com quem for"

Escusando-se a revelar com que outros fornecedores a EDP está a negociar para o sector do gás, Mexia limitou-se a afirmar que "há fornecedores naturais, que são empresas que sempre cumpriram as suas obrigações e com quem estamos interessados em fazer parcerias, de modo a fazermos uma melhor gestão integrada da cadeia de valor".

Sobre a abertura do capital da EDP a um futuro parceiro estratégico, o presidente executivo declarou que "somos uma empresa cotada e como tal qualquer um pode comprar acções", salientando ainda assim que a abertura do capital a um parceiro estratégico é definido caso a caso, como resultado final e não agora no princípio. "Seria totalmente irracional", diz Mexia.

Já o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, assegurou que o Estado não vai vender a posição que detém no capital da EDP.

De regresso da I Cimeira Luso-Argelina, o governante esclarecia assim o ‘dossier’ mais quente da visita do primeiro-ministro a Argel, explicando que se um investidor quiser entrar no capital da EDP tem que comprar no mercado de capitais. O tema da possível entrada da argelina Sonatrach no capital da EDP foi um dos apontados como prováveis, depois de dois dias de intensas negociações entre os dois Governos.

Pinho adiantou ainda que os dois Governos fizeram tudo o que é possível e que agora a decisão cabe às empresas. O responsável adiantou ainda que "não é  num fim-de-semana político" que se vai resolver um deste acordos. Durante os dois dias da visita, correram vários rumores acerca do possível acordo entre EDP e Sonatrach, mas no final da visita nada tinha sido concretizado.

Foi assinado um memorando para a área da energia, que irá versar principalmente acerca do fornecimento e transporte do gás.

Manuel Pinho acrescentou que o objectivo era melhorar este procedimento,  num país que é responsável por quase metade do gás que chega a Portugal.

Pinho afirma ainda que o fornecimento actual de gás é mais do que suficiente para as necessidades energéticas do país, mas que esse consumo irá aumentar muito com as novas centrais de ciclo combinado lançadas a concurso.