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EDP inicia processo de venda da ONI (act)
O Conselho de Administração da Energias de Portugal decidiu hoje pedir à Comissão Executiva liderada por António Mexia para iniciar o processo de venda da empresa. Os outros accionistas também vão vender a sua posição na operadora de telecomunicações.
(actualiza com comunicados do BCP e da Brisa)
O Conselho de Administração da Energias de Portugal decidiu hoje pedir à Comissão Executiva liderada por António Mexia para iniciar o processo de venda da empresa. Os outros accionistas também vão vender a sua posição na operadora de telecomunicações.
Num comunicado, a eléctrica diz que «o Conselho de Administração da EDP, em reunião realizada hoje, deliberou mandatar a Comissão Executiva para iniciar um processo tendente à eventual alienação da participação accionista de 56,61% detida pelo Grupo EDP na Oni SGPS».
O comunicado da EDP não o diz, mas o Jornal de Negócios Online apurou que os outros accionistas da ONI também querem sair do capital da empresa de telecomunicações. Para além da participação maioritária da EDP, a estrutura accionista da ONI é composta pelo Grupo BCP (23,06%), Brisa (17,18%) e Grupo Galp Energia (3,16%).
Num outro comunicado divulgado posteriormente, o BCP confirma esta intenção. «Na sequência do comunicado hoje divulgado pela EDP (...) o Banco Comercial Português torna pública a sua disponibilidade para, no âmbito desse processo, vir também, e em condições adequadas à salvaguarda dos seus interesses patrimoniais, a alienar a sua
participação na ONI SGPS», refere o comunicado do banco.
Também a Brisa diz que «vai iniciar o processo de alienação da sua participação de 17,18% na NI».
A EDP vai contratar um banco de investimento para prestar assessoria neste processo de venda, incluindo no que respeita à identificação de potenciais adquirentes e à selecção da proposta de aquisição mais atractiva.
A possibilidade de a EDP vender este activo, que nunca gerou resultados líquidos positivos, era já esperada, sobretudo depois de António Mexia ter assumido a liderança executiva da EDP. O anterior presidente da Galp, antes de assumir o cargo na eléctrica, tinha defendido que a EDP não deveria estar presente directamente no sector das telecomunicações.
São também já vários potenciais os candidatos à compra da ONI, segundo as notícias da imprensa e o que tem circulado no mercado, como os suecos da Tele 2, já com forte presença no negócio das telecomunicações fixas e banda larga, e os espanhóis da Jazztel, que recentemente anunciou um aumento de capital para investir na sua expansão.
A ONI estava presente no negócio das telecomunicações em Espanha, mas decidiu vender a Comunitel à Tele2, em Junho do ano passado, realizando um encaixe de 257 milhões de euros na altura, que permitiu reduzir a dívida da empresa.
Os outros accionistas da Oni, como o BCP, a Brisa e a Galp, já há muito que tinham dado sinais que queriam sair da empresa de telecomunicações, por não considerarem este um activo estratégico.
No final do ano passado, o Banco Comercial Português alienou a totalidade do capital da ONI ao seu fundo de pensões, tendo registado uma menos-valia de 38,3 milhões de euros.
Segundo a EDP, a ONI detém mais de 100.000 clientes de voz e fornece o serviço de Internet de banda larga a cerca de 40.000 clientes em Portugal. No ano passado registou um EBITDA de 7,2 milhões de euros em Portugal e em Março de 2006, apresentava uma dívida financeira líquida de 285,3 milhões de euros. Em 2005, a ONI melhorou em 10% os resultados líquidos, tendo passado dos 131 milhões de euros de prejuízos de 2004 para 118 milhões no ano passado.