A Electricidade de Portugal (EDP) e a alemã EnBW, participada da Eléctricité de France (EDF), chegaram a um acordo preliminar visando a gestão da Hidroeléctrica del Cantábrico, com o mesmo a prever o controlo de 40% do capital por cada empresa, noticiou o «Expansión».

Segundo a mesma publicação, que cita fontes próximas do processo, este entendimento irá passar pela alienação de uma participação de 20% na eléctrica asturiana à EDP [EDP], que assim passaria a deter cerca de 40% do capital.

O mesmo acordo implicará um entendimento entre a EnBW e o Grupo Villar Mir, que foi o parceiro da participada da EDF na oferta pública de aquisição (OPA) que permitiu garantir a aquisição de 59,66% do capital da Hidrocantábrico.

A EDP e a espanhola Cajastur lançaram uma OPA concorrente, através de uma sociedade formada para o efeito e denominada Adygensival, garantindo uma participação de 19,2% no capital da empresa, a que acrescem outros 15% controlados unicamente pela Cajastur.

Segundo a referida publicação, a Cajastur ficará, segundo o acordo preliminar já alcançado, com uma participação de 20% na quarta maior eléctrica do país vizinho, tendo um papel decisivo em questões em que a EDP e a EnBW não cheguem a acordo.

Os estatutos da Hidrocantábrico impedem actualmente que os accionistas exerçam os direitos de voto correspondentes a mais de 10% do capital, sendo necessária uma maioria de 75% dos votos em assembleia geral (AG) de accionistas para inviabilizar esta regra.

Devido a este facto, a EDP e a Cajastur podem votar com 20% nas AGs da Hidrocantábrico, enquanto a EnBW e a Ferroatlántica apenas podem votar com 10% do capital, pelo que a posição da eléctrica nacional e da sua parceira funciona como uma força de bloqueio.

A EDP e a EnBW já admitiram que estão a desenvolver negociações sobre a Hidrocantábrico, visando ultrapassar o actual impasse no âmbito da gestão da companhia.

As acções da EDP encerraram ontem a ganhar 0,78% para os 2,59 euros (519 escudos).