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Economia portuguesa vale tanto quanto a Intel, diz Goldman Sachs

O Goldman Sachs fez a comparação entre o PIB de vários países e o valor de alguns índices com a capitalização bolsista das gigantes tecnológicas. Neste mapa, Portugal aparece como equivalente à Intel.

30 de Junho de 2018 às 18:00
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A americana Intel, que se dedica ao design, fabrico e venda de componentes de computador, tem um valor semelhante ao da economia portuguesa, observa o Goldman Sachs. A informação consta do relatório "Porque é que a tecnologia não é uma bolha", no qual o banco de investimento defende que as tecnológicas não constituem uma bolha tendo em conta uma perspectiva histórica, e ao qual o Negócios teve acesso.

A Intel vale esta segunda-feira 244,6 mil milhões de dólares (209,2 mil milhões de euros), ainda acima dos 193,1 mil milhões de euros em que a economia portuguesa era avaliada no final de 2017, segundo os dados da Pordata.

No documento, o Goldman Sachs começa por dar uma noção da dimensão actual das tecnológicas. Cinco das cotadas mais valiosas do sector – Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google (Alphabet) –, em conjunto, superam o PIB de grandes potências europeias, como a Alemanha, Reino Unido e França, e não são precisas tantas para ultrapassar os 54 países do continente africano. "A Amazon, Apple e Microsoft possuem um valor de mercado maior que o produto interno bruto de África", lê-se no relatório. Já se se contarem as empresas que integram o top vinte da tecnologia, estas são maiores que o principal agregador europeu, o índice Stoxx 600.

Comparações feitas, pode concluir-se que "alguns países são muito mais bem-sucedidos a gerar ou atrair grandes tecnológicas do que outros", sublinha ainda o Goldman Sachs. Há uma preponderância muito maior destas empresas na China e EUA. Este sector pesa 41% no mercado chinês, 26% nos EUA e apenas 5% na Europa – sendo que, no Velho Continente, SAP e ASML são responsáveis por metade dos 5%.

Então, não existe mesmo uma bolha?

O Goldman Sachs acredita que não. "Os retornos das tecnológicas são justificados por crescimento fundamental (fundamental growth) e as avaliações são muito mais baixas quando comparadas com bolhas de mercado anteriores", escreve o banco. A sustentar esta opinião está o facto de as maiores empresas de tecnologia estarem a gerar "um crescimento cinco vezes acima do restante mercado e apresentarem margens duas vezes superiores".

Outro argumento é a dimensão relativa destas cotadas. A Apple pesa apenas 4% no principal agregador americano, o S&P 500. Isto, quando a IBM tomava conta de uma quota de 7% do mesmo índice em 1978 e a Exxon 5% em 2008. Por outro lado, o reinado prolongado das tecnológicas não será de estranhar quando comparado ao do sector dos transportes, que dominou o S&P por mais de 60 anos, afirma o Goldman Sachs. "Não esperamos que a quota dominante e a contribuição dos retornos para os mercados de capitais termine num futuro próximo", apontam os analistas. O banco aponta para que "a tecnologia deverá continuar a dominar".

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