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Economia portuguesa vale tanto quanto a Intel, diz Goldman Sachs
O Goldman Sachs fez a comparação entre o PIB de vários países e o valor de alguns índices com a capitalização bolsista das gigantes tecnológicas. Neste mapa, Portugal aparece como equivalente à Intel.
A americana Intel, que se dedica ao design, fabrico e venda de componentes de computador, tem um valor semelhante ao da economia portuguesa, observa o Goldman Sachs. A informação consta do relatório "Porque é que a tecnologia não é uma bolha", no qual o banco de investimento defende que as tecnológicas não constituem uma bolha tendo em conta uma perspectiva histórica, e ao qual o Negócios teve acesso.
A Intel vale esta segunda-feira 244,6 mil milhões de dólares (209,2 mil milhões de euros), ainda acima dos 193,1 mil milhões de euros em que a economia portuguesa era avaliada no final de 2017, segundo os dados da Pordata.
Comparações feitas, pode concluir-se que "alguns países são muito mais bem-sucedidos a gerar ou atrair grandes tecnológicas do que outros", sublinha ainda o Goldman Sachs. Há uma preponderância muito maior destas empresas na China e EUA. Este sector pesa 41% no mercado chinês, 26% nos EUA e apenas 5% na Europa – sendo que, no Velho Continente, SAP e ASML são responsáveis por metade dos 5%.
Então, não existe mesmo uma bolha?
O Goldman Sachs acredita que não. "Os retornos das tecnológicas são justificados por crescimento fundamental (fundamental growth) e as avaliações são muito mais baixas quando comparadas com bolhas de mercado anteriores", escreve o banco. A sustentar esta opinião está o facto de as maiores empresas de tecnologia estarem a gerar "um crescimento cinco vezes acima do restante mercado e apresentarem margens duas vezes superiores".
Outro argumento é a dimensão relativa destas cotadas. A Apple pesa apenas 4% no principal agregador americano, o S&P 500. Isto, quando a IBM tomava conta de uma quota de 7% do mesmo índice em 1978 e a Exxon 5% em 2008. Por outro lado, o reinado prolongado das tecnológicas não será de estranhar quando comparado ao do sector dos transportes, que dominou o S&P por mais de 60 anos, afirma o Goldman Sachs. "Não esperamos que a quota dominante e a contribuição dos retornos para os mercados de capitais termine num futuro próximo", apontam os analistas. O banco aponta para que "a tecnologia deverá continuar a dominar".