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Dona da Zara com pior sessão em bolsa após subir salários

A Inditex está a ter, esta sexta-feira, a sua pior sessão em bolsa em quase um ano. As ações da gigante do têxtil chegaram a desvalorizar mais de 4,5% após o anúncio de melhorias salariais.

Miguel Vidal / Reuters
10 de Fevereiro de 2023 às 13:22
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O acordo alcançado com os sindicatos para a subida dos salários dos funcionários das lojas das marcas da Inditex em Espanha levou os investidores a castigarem a gigante da moda que regista, esta sexta-feira, a sua pior sessão em bolsa, com as ações daquela que é a maior cotada espanhola a afundarem mais de 4,5%.

Segundo a CincoDías, os títulos da dona de marcas como a Zara ou a Massimo Dutti já não sofriam uma quebra tão acentuada desde 31 de março do ano passado.

O acordo com os sindicatos resultou, entre outras medidas, na fixação de um salário mínimo para todos os funcionários das lojas em Espanha em 18.000 euros ao ano, isto é, mais 3.000 euros acima do salário mínimo espanhol. Estão, de igual modo, previstas melhorias nos ordenados de outras categorias ou escalões e que, esses valores sejam revistos em 2024 e 2025 em consonância com o índice de preços no consumidor real do ano anterior.

A Inditex conta com um universo de aproximadamente 36 mil trabalhadores em Espanha.

"Segundo a comunicação social, a Inditex acordou uma subida dos salários de mais de 20% para o pessoal das lojas em Espanha", começou por escrever a analista Elena Fernández-Trapiella no relatório diário do Bankiter, citada pela mesma publicação.

"Em 2021, em Espanha, o grupo tinha 1.267 lojas de um total de 6.477, ou seja, 19,5% do total. Assumindo uma subida salarial de mais de 20% para toda a força laboral espanhola, que representa 9,7% dos gastos operacionais, tal resultará num aumento de custos de 167 milhões de euros. É uma notícia negativa, mas acreditamos que a Inditex pode compensá-la com a poupança de outros custos e economias de escala", apontou a especialista, que tem o preço-alvo em revisão, mas mantém uma recomendação de compra.

De acordo com o CincoDías, o consenso de analistas compilado pela Bloomberg mostra que as recomendações de compra dos títulos da Inditex são maioritárias, com 70,6% a defender essa opção, contra 23,5% que aconselham os clientes que os têm a mantê-los e 5,9% que sugere que os investidores os vendam. Desde o início do ano, as ações da Inditex, mesmo considerando a queda desta sexta-feira, avançam 12,8%, ainda assim um pouco mais do que o Ibex, já que o índice estava a crescer 11%.

Analistas do Deutsche Bank consideram que a Inditex não foi apenas penalizada pelo anúncio de subidas salariais, mas também pelo desempenho do setor, ou antes pelas previsões de fracas vendas de outro gigante do têxtil: "Em Espanha, destacam-se as perdas da Inditex, arrastada pelas quedas na bolsa alemã, esta manhã, da Adidas que anunciou que espera uma descida de 1% das vendas este ano".

A queda da Inditex em nada se compara com a da Adidas, já que os títulos da marca desportiva estavam a afundar 12%, tornando a sessão de sexta-feira na pior para a empresa desde março de 2020, quando a pandemia lhe infligiu uma queda de 13,4%. E, segundo a imprensa, além das más previsões de venda, a rutura de laços com o rapper Kanye West, vai representar para a Adidas perdas de 700 milhões de euros em 2023.

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