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Dona da MultiOpticas admite aumentar produção da fábrica no Norte e chega aos 150 empregos
A unidade, que resultou de um investimento de 7,3 milhões de euros, está localizada em Pedroso, Vila Nova de Gaia, é operada pela GrandVision Retail Tech Center Portugal, emprega cerca de 90 pessoas e cerca de 80% da sua produção visa a exportação.
A GrandVision, dona da MultiOpticas, admite reforçar a produção da fábrica em Vila Nova de Gaia nos "próximos dois a três anos", que na sua máxima capacidade pode atingir "150 postos de trabalho", disse à Lusa o presidente executivo.
"Em 2014 trouxemos uma fábrica para Portugal, foi uma boa oportunidade, estávamos a concorrer com os nossos vizinhos espanhóis", afirmou Rui Borges, presidente da GrandVision Portugal, subsidiária do grupo holandês que detém as marcas MultiOpticas, GrandOptical e Solaris.
A unidade, que resultou de um investimento de 7,3 milhões de euros, está localizada em Pedroso, Vila Nova de Gaia, é operada pela GrandVision Retail Tech Center Portugal, emprega cerca de 90 pessoas e cerca de 80% da sua produção visa a exportação.
O facto de estar perto do aeroporto do Porto foi "muito importante", já que a unidade "é destinada não só a produzir para Portugal, como também para vários países da Europa" onde o grupo está presente.
"Neste momento empregamos 90 pessoas na fábrica, quando tivermos em máxima produção podemos ir até aos 150 postos de trabalho no total", afirmou Rui Borges, salientando que actualmente o investimento na fábrica "é muito superior a 10 milhões de euros".
Questionado sobre se admite aumentar a produção da unidade, que fabrica entre "6.000 a 7.000 óculos por dia", Rui Borges afirmou: "Claramente".
A fábrica "tem potencial para crescimento, temos capacidade para ir ao dobro" do que actualmente produz, disse, acrescentando que a unidade está "globalmente em evolução" e que isso poderá acontecer "ao longo dos próximos dois a três anos".
A fábrica produz para os mercados escandinavos, nomeadamente Suécia e Dinamarca, como também Itália, França e Espanha, além de Portugal.
"Temos dois turnos, basta aumentar para três" para subir a produção, explicou.
Actualmente, a GrandVision Portugal emprega, no total, entre a fábrica e as lojas, excluindo os franchisados, "quase 1.000 colaboradores em Portugal", disse.
A GrandVision, que tem sede na Holanda, está presente em 44 países, tem mais de 7.000 lojas e é "líder na Europa" no mercado de retalho da óptica e quer "crescer, esse é o grande desígnio da empresa", acrescentou o presidente executivo da subsidiária portuguesa.
Em Portugal o grupo tem três marcas - MultOpticas (que é a marca de bandeira e fez 30 anos no mercado português), a Solaris (óculos de sol) e a GrandOptical.
No ano passado, as vendas da empresa no mercado português, incluindo dos franchisados, "cresceram à volta dos 4%" para cerca de "90 milhões de euros", disse.
Sobre a actividade este ano, Rui Borges sublinhou que a empresa é cotada em bolsa, razão pela qual não pode dar detalhes.
No entanto, garantiu que o desempenho tem sido "francamente positivo" na primeira metade do ano.
"Tem vindo a crescer, em 2018 estamos com uma 'performance' bastante boa, não a dois dígitos, mas a um dígito alto", salientou.
Questionado sobre o investimento acumulado do grupo GrandVision em Portugal, o presidente executivo apontou que "já investiu mais de 100 milhões de euros", sublinhando que as lojas "têm um custo importante".
Por exemplo, os investimentos em novas lojas e renovações rondam entre os "três a quatro milhões de euros todos os anos", explicou.
Actualmente, a empresa conta com "103 lojas próprias neste momento e 115 franquiadas".
Relativamente à MultOpticas, que celebra 30 anos no mercado português, o presidente executivo disse que "ainda há margem de crescimento", apesar de actualmente a concorrência ser maior do que quando entraram em Portugal.
Rui Borges explicou que há três situações que apontam que o negócio dos óculos tem margem para crescer em Portugal: a componente moda, o envelhecimento da população, que precisa de correcção da visão, e a miopia -- a genética, que afecta cerca de 20% dos portugueses, e a adquirida por via da alteração dos hábitos (com a maior utilização de 'smartphones', 'tablets' e outras plataformas tecnológicas pelas crianças).
"Estes dois últimos aspectos sociodemográficos têm impacto no crescimento do negócio", apontou.
Segundo o presidente executivo da GrandVision Portugal, há margem para a abertura de novas lojas MultiOpticas "através de 'franchising', ainda há alguns locais do país que têm oportunidade".
Relativamente à marca Solaris, o gestor disse que os negócios de óculos de sol estão "em grande expansão" e que é um "mercado com bastante potencial".