O presidente do Deutsche Bank, Josef Ackermann, reconheceu hoje que o banco "cometeu erros" na crise dos créditos hipotecários de alto risco que abalou os mercados financeiros este Verão, o que deverá pesar nas contas do terceiro trimestre.

"O Deutsche Bank cometeu erros, também nesta crise", declara o patrão da principal instituição bancária da Alemanha numa entrevista que será difundida hoje à noite pela cadeia de televisões ZDF, segundo a Lusa.

"Assumimos de certeza também compromissos exagerados na euforia geral", afirma Ackermann.

"Estamos agora a corrigir os valores de todos estes compromissos para os próximos nove meses. É muito conservador, mas certo", acrescenta.

Isto deverá pesar sobre as contas do banco no terceiro trimestre, admite Ackermann, que advertiu igualmente que a instituição não poderá contratar mais 4.000 pessoas até o final do ano, como previa inicialmente.

"Não devemos fazê-lo agora porque os mercados não o permitem", explica Ackermann, citado pela Lusa.

Recusou-se por outro lado a dizer quanto o Deutsche Bank tinha ganho no caso IKB, um banco alemão que quase faliu este Verão depois de ter investido em demasia no mercado do "subprime", o crédito de alto risco.

O Deutsche Bank vendera produtos financeiros ao IKB, especializado no financiamento de pequenas e médias empresas.

Só uma acção concertada do Estado e do sector bancário alemão salvou o IKB da falência.

"É claro que vendemos produtos ao IKB, como os outros", reconhece Ackermann.

"É a nossa profissão", argumentou.