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CTT confirmam dividendo e entregam aos accionistas o dobro dos lucros obtidos

Tal como tinha sido anunciado em Outubro, o dividendo foi cortado para 38 cêntimos, mas esta remuneração corresponde a um "payout" acima de 200%. A empresa assume que os dividendos no futuro vão ser ajustados ao Plano de Transformação Operacional.

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Os CTT confirmaram esta quarta-feira que vão pagar aos accionistas um dividendo de 38 cêntimos por acção, o que representa um corte face ao valor pago no ano passado.

 

"O Conselho de Administração propõe um dividendo de 0,38 euros por acção para 2017, a pagar em Maio de 2018, sujeito a aprovação na AG", refere a apresentação de resultados que a empresa colocou na CMVM.

 

A empresa liderada por Francisco Lacerda acrescenta, porém, que "ao longo do período de implementação do Plano de Transformação Operacional (2018-2020), a empresa irá regressar à sua política de remuneração accionista anterior, baseada numa percentagem do resultado líquido gerado anualmente".

 

A empresa está a implementar um plano de transformação operacional, assumindo que "terá um impacto significativo na política de dividendos no curto prazo".

 

A este dividendo de 38 cêntimos corresponde uma rendibilidade de 12,04%, tendo em conta que as acções fecharam a cair para 3,154 euros.

Os CTT têm uma estrutura financeira sólida, não se endividam para pagar dividendos. Havia um compromisso público é isso que é cumprido Francisco Lacerda

Accionistas recebem 57 milhões após lucros de 27 milhões

 

No total os CTT vão pagar 57 milhões de euros aos accionistas, o que representa um "payout" de 208%. Ou seja, a empresa liderada por Francisco Lacerda vai entregar aos accionistas mais do dobro dos lucros obtidos no ano passado.

 

"Os CTT têm uma estrutura financeira sólida, não se endividam para pagar dividendos. Havia um compromisso público é isso que é cumprido. No futuro será de outra forma. Os accionistas a qualquer momento farão o que entenderem", afirmou Francisco Lacerda na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2017. 

 

"Para o futuro, os CTT já fizeram saber que a empresa vai regressar à sua política de remuneração accionista anterior, baseada numa percentagem do resultado líquido gerado anualmente", salientou.

 

Francisco Lacerda lembrou que os CTT continuam a investir, não tendo a distribuição de dividendos limitado essa capacidade. 

Os CTT anunciaram hoje que os lucros de 2017 desceram 56,1% para 27,3 milhões de euros, um valor que ficou abaixo do que os analistas estavam à espera: 30,6 milhões de euros.

 

Em Outubro, quando anunciou os resultados do terceiro trimestre e reduziu as estimativas para a totalidade do ano, a administração tinha divulgado que iria propor a redução do dividendo por acção dos 48 cêntimos pagos este ano para 38 cêntimos.

 

Depois disso, a empresa apresentou um plano de reestruturação, que passou sobretudo pelo corte de custos com o fecho de estações dos correios. Na altura, sobre a remuneração aos accionistas, afirmou que querem ter uma política de dividendos alinhada com o resultado líquido.

 

"Durante o período de investimento do plano de transformação operacional (2018-2019), o conselho de administração tenciona propor que a empresa implemente uma política de dividendos alinhada com o seu resultado líquido, reforçado com a utilização de reservas distribuíveis", referiu a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no final do ano passado sobre o plano de corte de custos.

 

No ano passado os CTT pagaram um dividendo de 48 cêntimos, acima dos 47 cêntimos de 2017 e dos 46,5 cêntimos de 2016. Em 2014 a empresa pagou o primeiro dividendo desde que está cotada em bolsa, de 40 cêntimos.

O dividendo pago no ano passado, que corresponde aos lucros de 2016, representa um "payout" de 116%. Foi o primeiro ano em que os CTT pagaram aos accionstas mais do que os lucros que obtiveram.   



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