A CSN deve apresentar uma proposta de compra à siderúrgica anglo-holandesa Corus, segundo reportagem de hoje do diário financeiro indiano "Daily News & Analysis". Contactada, a assessoria da CSN informou que não vai comentar um "boato".

A proposta seria uma surpresa tanto para a Corus como para a siderúrgica indiana Tata Steel, uma vez que a directoria da Corus recomendou a aceitação da oferta feita pela Tata, de 5,1 bilhões de libras e que divulgaria a recomendação num comunicado a ser distribuído amanhã, segundo fontes ouvidas pelo diário britânico "Financial Times".

A reportagem do "DN&A" explica que a Tata tem a seu favor o histórico "desconfortável" entre a CSN e a Corus. Em Novembro de 2002, a Corus cancelou a fusão --que tinha negociado desde Julho daquele ano-- com a CSN, alegando "incertezas" no sector siderúrgico e no mercado financeiro internacional.

O director-presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, disse na altura que a Corus poderia voltar a discutir uma eventual fusão. O que de facto ocorreu, em Março deste ano: a siderúrgica anglo-holandesa considerou apresentar uma nova proposta à CSN --desta vez, para tentar obter um acordo mais modesto de parceria, ao invés de simplesmente comprar a CSN.

O presidente-executivo da Corus, Philippe Varin, disse ao diário britânico "The Independent" que o Brasil é uma das três regiões nas quais a empresa está interessada em actuar (as outras são a Índia e repúblicas da antiga União Soviética).

Analistas dizem, no entanto, que, no fim, o que vai pesar mesmo na decisão dos accionistas será o valor oferecido à empresa, mais que o histórico das relações entre as partes envolvidas.

Além da CSN, estariam interessadas na Corus as siderúrgicas russas Novolipetsk e Severstal.

Um acordo entre a Corus e a Tata criaria o sexto maior grupo siderúrgico do mundo. As directorias das duas empresas devem reunir-se hoje para discutir detalhes da oferta, mas, segundo o "FT", os acertos do financiamento e dos contratos entre as duas empresas estão sendo finalizados hoje.