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Cristina de Sousa confirma encontro com Rato para discutir Cantábrico, Ence (act)
O ministro da Economia confirmou hoje que se encontrou ontem com o seu homólogo espanhol Rodrigo Rato para discutir a questão da limitação dos votos que a Electricidade de Portugal (EDP) tem na Hidrocantábrico, bem como a privatização da Ence.
Mário Cristina de Sousa (na foto) afirmou que trocou «impressões» com o ministro Espanhol, visando o levantamento da suspensão dos direitos de voto da EDP [EDP] no capital da Hidrocantábrico, sublinhando que «de um modo geral», sentiu «abertura» do Executivo de Madrid para resolver a questão.
O titular da pasta da Economia adiantou aos jornalistas que ficou «com a sensação de que (a questão) se resolveria antes de terminado o prazo legal», que expira dentro de dois meses, falando à margem da cerimónia de assinatura de um protocolo de cooperação com o Ministério da Agricultura.
O Governo espanhol suspendeu os direitos de voto da Adygensival, que reúne a EDP e a Cajastur, no capital da Hidrocantábrico, devido ao facto da empresa nacional ter capitais públicos. Segundo a lei espanhola, as empresas públicas que controlem participações superiores a 3% em eléctricas espanholas só podem exercer os correspondentes direitos de voto após a aprovação do Executivo de Madrid.
A EDP e a Cajastur asseguraram uma posição de 19,2% do capital da quarta eléctrica espanhola, através do lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA).
Nova reunião agendadaO ministro adiantou ao Negocios.pt que «vamos voltar a conversar» com o Governo espanhol sobre esta matéria, referindo que se irá realizar proximamente uma nova reunião, embora a mesma «ainda não tenha data marcada».
Relativamente à possível aquisição da Electra de Viesgo, na qual a EDP já manifestou interesse, o ministro reiterou que a eléctrica nacional «está interessada em concorrer através da Hidrocantábrico» e considerou que esta questão «não deve colocar uma dificuldade» na resolução do processo.
Cristina de Sousa «gostaria» que empresa nacional ganhasse privatização da EnceO ministro da Economia português adiantou que «teria muito gosto em ver algum candidato português a vencer» o concurso para a privatização da papeleira espanhola Ence.
O mesmo responsável assegurou que não recebeu qualquer indicação por parte de Rodrigo Rato sobre qual seria a empresa a assegurar a participação de 24,99% na Ence que o Estado espanhol vai alienar a um parceiro estratégico, sublinhando que «essa é uma informação confidencial e não poderia ter acesso a ela».
Na corrida à aquisição daquela posição estão dois grupos nacionais, nomeadamente a Portucel [PTCL] e a Sonae [SON], que concorre juntamente com os espanhóis do Banco Pastor e das associações florestais Floresgal e Sylvanus.
A Sociedad Estatal de Participaciones Industriales (SEPI), entidade que reúne as participações do Estado espanhol em empresas públicas, adiou o prazo, agendado para hoje, do anúncio do vencedor da privatização da Ence, revelou ao Negocios.pt fonte oficial da «holding» estatal espanhola.
Às 12h09, a EDP perdia 0,68% para os 2,93 euros (587 escudos), enquanto a Portucel recuava 2,63% para os 1,11 euros (222 escudos) e a Sonae SGPS deslizava 2,17% para cotar nos 0,90 euros (180 escudos).