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Crise angolana ”vai ser resolvida a muito curto prazo”, diz Mário Silva

Mário Silva, presidente do conselho de administração da Santoro, acredita que o sector bancário “tem excesso de capacidade instalada” e que terá de se reinventar. Disse que a holding está em Portugal “numa vertente de longo prazo” e que a crise angolana será “resolvida a muito curto prazo”.

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19 de Novembro de 2015 às 21:08
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"Nós acreditamos muito em Portugal, e estamos em Portugal sempre numa vertente de longo prazo", garantiu esta quinta-feira Mário Silva, presidente do conselho de administração da Santoro, "holding" detida por Isabel dos Santos. O gestor disse ainda que a crise angolana será "resolvida a muito curto prazo" e defendeu que o sector bancário português será obrigado a reestruturar-se e a reinventar-se porque "tem excesso de capacidade instalada".

 

Mário Silva marcou presença esta quinta-feira, 19 de Novembro, na conferência Portugal em Exame e falou sobre a posição da Santoro em Portugal, apresentou uma Angola capaz de fazer face aos desafios "conjunturais" que enfrenta e disse que há oportunidades no sector bancário.

 

"Continuamos a querer investir em Portugal"

"Acredito que a economia [portuguesa] vai continuar a apresentar excelentes oportunidades de investimento, e, como estamos numa postura de longo prazo, continuamos a querer investir em Portugal", garantiu Mário Silva, da Santoro.

 

Segundo o gestor, a empresa continuará a investir em projectos "que apresentem essas oportunidades [de investimento] e cujo ‘know-how’ permita potenciar o crescimento também da economia angolana", já que a Santoro entende que "esta questão do investimento é um caminho que deve ter um duplo sentido, portanto as relações económicas devem-se ir solidificando, aprofundando, e para isso é essencial esta bilateralidade".

 

Questionado sobre se o grupo tem dinheiro disponível para investir em Portugal, o gestor foi directo: "Temos".

 

A situação de Angola "é conjuntural"

"Deixe-me dizer que a situação de Angola, eu acredito que ela é conjuntural e que vai ser resolvida a muito curto prazo", disse Mário Silva na sua intervenção, assumindo porém que "uma economia que continua dependente de um único recurso natural, que é o petróleo (…), tem desafios com a conjuntura actual significativos".

 

O gestor salientou porém o trabalho que vem sendo feito no país no sentido de ultrapassar este desafio. "Angola está a reduzir despesa pública, está a racionalizar investimento público, está a aumentar as taxas de juro, o FMI veio no dia 29 de Outubro emitir um relatório em que mostra e que comprova que estão a ser tomadas as medidas correctas para fazer face a esta conjuntura. E Angola tem outra coisa que eu acho que é absolutamente essencial, que é uma população jovem", disse.

O gestor acrescentou que o país conta também com "excelentes quadros, ao contrário do que se diz", apesar de esse ser ainda um dos grandes desafios do país, a formação. "Eu acredito que esta racionalização, em conjunto com a evolução normal internacional, vai levar a uma normalização a curto prazo" da economia angolana, concluiu o gestor.

 

Banca tem "excesso da capacidade instalada"

Mário Silva salientou nesta conferência que "hoje o sector financeiro tem uma regulação e um acompanhamento por parte dos supervisores a nível europeu muito mais intenso, muito mais próximo", e que, portanto, "é importante passar uma mensagem de absoluta tranquilidade".

 

"As instituições, acredito, estão muito mais capitalizadas e preparadas para fazer face aos desafios do que estavam há uns anos", acrescentou.

 

Todavia, o gestor acredita que "o sector financeiro continua a ter desafios pela frente muito significativos" a nível geral e que Portugal há "um problema adicional" que passa pelo "excesso de capacidade instalada". "O sector financeiro, na minha opinião, repito, vai ter de que se reinventar, de se reestruturar, isso pode querer passar por consolidações? Sim ou não? São oportunidades. Nós continuamos a ver oportunidades, mesmo neste sector", disse.

 

Quando questionado se estava com este posicionamento a apadrinhar uma fusão do BPI com outro banco, respondeu deixando a conclusão em aberto: "O que eu estou a dizer é que a oportunidade está aí, quem a vai protagonizar…"

 

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