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CRIA, o braço armado de uma região
A CRIA tem por missão apoiar a formação de empresas. Trabalha, na prática, como uma incubadora de empresas. Desde 2007, as empresas apoiadas por esta entidade já terão criado mais de meia centena de postos de trabalho e gerado um volume de negócios em torno dos 12 milhões
Hugo Barros com Helena Garrido | CRIA trabalha na promoção do empreendedorismo.
CRIA igual a "braço armado". À primeira vista estas duas expressões nada têm em comum. Mas, tendo em conta que CRIA significa Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia, é mais fácil perceber. "Temos vindo a trabalhar como uma divisão da casa [Universidade do Algarve] naquilo que se pode chamar o braço armado para o trabalho com o exterior, com a comunidade. Temos vindo a trabalhar na promoção do empreendedorismo, da propriedade intelectual e na dinamização de novas empresas de base tecnológica e de conhecimento", defendeu Hugo Barros, coordenador deste organismo, no Encontro Imprint Empreendedor em Faro, organizado pelo Negócios e pela Caixa Geral de Depósitos.
A CRIA, na prática, funciona como uma incubadora de empresas. Desde 2010, cerca de 14 empresas já estiveram incubadas neste organismo e, no futuro, o número pode crescer. Está em curso, explicou Hugo Barros, um projecto "para aumentar essa capacidade de incubação [da CRIA] em que o objectivo não é só aumentar o número de empresas incubadas, mas fazer a aceleração para maturá-las para o mercado internacional". Esta divisão "nunca se fechou à região", e pode ser esse um dos motivos pelos quais a ligação entre as empresas e o meio académico pode estar a melhorar. "Gosto de pensar que sim. Existem sempre algumas limitações", mas "cada vez mais, com as limitações do próprio mercado, as empresas percebem que há uma capacidade e um potencial de ligação ao conhecimento que é gerado nestas casas", defende Hugo Barros. "Os próprios investigadores, cada vez mais, estão abertos e disponíveis para esta ligação", acrescenta.
De acordo com números de 2013, as empresas que foram apoiadas pela CRIA - inserindo-se neste leque as que foram incubadas e as que não precisaram de passar por este processo - criaram cerca de meia centena de postos de trabalho desde 2007. Já o volume de negócios gerado pelas empresas apoiadas por esta divisão ronda os 12 milhões de euros, isto numa altura em que "estamos a ver que os primeiros casos de sucesso estão a crescer e esperamos que estes que estão a começar agora daqui a três anos estejam no seu auge".
Da aceleração ao capital de risco
Quando se fala de empreendedores, a palavra capital emerge como uma necessidade. A Caixa Capital, o braço do capital de risco da Caixa Geral de Depósitos, tem disponíveis cerca de 30 milhões de euros para apoiar start-ups. Walter Palma, director da Caixa Capital, explicou no Algarve que já é possível vislumbrar "alguns casos [de sucesso], dos primeiros programas [apoiados por esta entidade], que agora começam já a entrar na fase que estão a deixar de serem start-ups e estão a ficar PME". Este é "um bocado o papel do capital de risco", ou seja, "ajudá-los a ficarem grandes".
Mas, muitas vezes, antes do capital é preciso traçar uma estratégia. E, para isso, muitos entram para programas de aceleração, que são "basicamente uma espécie de programa de MBA para empreendedores, uma escola para empreendedores", como explicou André Marquet coordenador do Lisbon Challenge, um programa que em Maio vai ter a sua segunda edição.
O Lisbon Challenge decorre "durante três meses " e traz à capital portuguesa " 25 start-ups, cerca de 75 empreendedores de todo o mundo". Durante este programa vão ter lugar, entre outras coisas, "sessões de mentoria com empresários", o que permite aos "fundadores de start-ups a possibilidade de falarem, em primeira mão, com pessoas que estão ligadas às indústrias que desenvolvem os projectos tecnológicos".