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CP inicia ligação directa ao Algarve em Julho
A CP vai iniciar em Julho a ligação directa entre Lisboa e o Algarve, sem necessidade de transbordo de barco, já a partir de Julho. A iniciativa, em fase experimental, terá um custo de 1,25 milhões de euros.
O serviço terá um carácter experimental, até que a obra de modernização e electrificação da linha do Algarve esteja completada em Maio de 2004, anunciou hoje Carmona Rodrigues, ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação.
A ligação directa, que será feita para já apenas com um comboio, terá uma duração de 4h30m, porque as obras ainda por realizar limitam a passagem dos comboios em termos de velocidade.
Em 2004, quando a obre estiver concluída, a viagem durará 2h45m em serviço pendular e 3h30 em regime Intercidades.
O ministro da tutela acredita que, quando completada, a linha directa Lisboa/Algarve irá «duplicar ou mesmo triplicar o tráfego» actual, de 20 mil pessoas, mensais.
A decisão hoje anunciada pelo ministro dos Transportes, feito no âmbito de uma visita experimental da linha, vai implicar um sobrecusto de 1,25 milhões de euros à obra de modernização e electrificação da linha do Algarve.
O custo adicional representa um montante inferior a 1% do investimento total necessário à obra a terminar em 2004, contabilizada em mais de 400 milhões de euros, referiu o governante.
Ainda assim, o ministro considerou que os proveitos resultantes da medida são superiores às desvantagens, decidindo-se por ordenar o arranque da utilização da linha ainda em fase experimental.
Numa decisão que não foi pacífica, Carmona Rodrigues terá imposto a vontade da tutela, em sintonia com a expectativa, expressa publicamente, da CP, mas em confronto com a opinião da Refer - gestora da linha férrea nacional e dona da obra em causa - e do Instituto Nacional de Transporte Ferroviário (INTF), entidade reguladora do sector em Portugal.
A decisão foi aliás tomada em reunião de trabalho entre as quatro partes - transportadora, gestora, reguladora e ministério - decorrida hoje de manhã, no quadro da visita experimental de Carmona Rodrigues ao Algarve.
Em vésperas da época de Verão, Carmona Rodrigues quis assim dar um sinal claro da operacionalidade do serviço.
Para trás ficam as dúvidas da Refer em iniciar, quase um ano antes, um serviço em fase experimental, em que é necessário ainda fazer acertos de natureza técnica, e em que não está provado que nesta altura seja competitivo comercialmente.