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Costa Silva diz desconhecer alegada indemnização de 400 mil euros na Efacec
O ministro da Economia garantiu não ter conhecimento do processo de saída do engenheiro José Manuel Almeida de Sousa da Efacec e garante que não aprovou "qualquer indemnização a esse nível". Depois da IL, Chega também já avançou com requerimento para comissão de inquérito à Efacec.
"Não tenho conhecimento desse caso particular, nem aprovei qualquer indemnização a esse nível", afirmou António Costa Silva durante a audição parlamentar conjunta da Comissão de Orçamento e Finanças e da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2024, mas que tem sido dominada pelo tema da Efacec.
Nesse sentido, Carlos Guimarães Pinto insistiu no tema e questionou se alguém do Ministério da Economia tinha aprovado essa ou outras indemnizações nessa altura. Costa Silva assegurou não ter "informação a esse nível".
Depois de na semana passada a IL ter avançado com um pedido para ter mais esclarecimentos sobre a venda da Efacec, hoje o Chega revelou que também já avançou com um requerimento para uma comissão parlamentar de inquérito à Efacec.
Segundo as informações da página do Linkedin do engenheiro José Manuel Almeida de Sousa, atualmente é diretor geral da TELCABO, cargo que assumiu em setembro de 2022 depois de sair da Efacec em 2021.
Nova injeção de capital
Na semana passada, o ministro da Economia anunciou que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, acrescentando que foi "um dia feliz" por se concluir a venda da empresa ao fundo alemão Mutares.
Em conferência de imprensa, António Costa Silva disse que já tinha sido assinada a venda da Efacec à Mutares e que esta injetará 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias. Já o Estado injetará mais 160 milhões de euros, anunciou.Fora o novo empréstimo do Banco de Fomento, de 35 milhões de euros.
Apesar deste compromisso adicional, o Estado não se vai manter como acionista, ficando o grupo alemão com os 100%. Mas o acordo prevê duas circunstâncias em que o Estado pode recuperar o dinheiro investido, ou pelo menos parte. Está em causa um "mecanismo de partilha de valor" com a Mutares: no caso de a Efacec distribuir dividendos, o Estado recebe 75%; e se a empresa for vendida (nunca nos próximos três anos), o Estado fica com dois terços dessa futura alienação.
Até hoje, o Estado já tinha injetado 200 milhões de euros na empresa em suprimentos (10 milhões de euros por cada mês desde Abril de 2022).
A operação de venda, garantiu o ministro da Economia, foi "complexa" e exigiu "uma negociação multidimensional" com vários interessados: a banca, obrigacionistas, devedores e a Comissão Europeia – que foi impondo limites.
No caso das instituições financeiras, acabaram por ficar a perder 29 milhões de euros. A restante dívida, que ficou a salvo do "haircut", é paga pela Efacec com o dinheiro injetado pelo Estado.
A banca dará ainda garantias de 90 a 100 milhões de euros, num mecanismo de "trade finance" cujo "plafond está disponível durante cinco anos".
(Notícia atualizada às 17h52)