A conjuntura do sector das obras públicas em Portugal continua em fase de recessão. Segundo a ANEOP – Associação Nacional dos Empreiteiros de Obras Públicas, de
Janeiro a Setembro de 2005, o índice de produção do sector situou-se em menos de 5,6%, sendo de menos 4,6% o decréscimo acumulado do índice de produção de obras de engenharia civil.

«Com tão reduzidos níveis de produção no sector torna-se impossível manter os volumes de emprego habituais, já que o sector é de trabalho intensivo. O decréscimo de cerca de 4% do emprego em nove meses de 2005 face a igual período de 2004, diz bem do desemprego que se tem gerado por falta de actividades, não apenas na construção mas, certamente, em muitos outros sectores de actividade que dele estão dependentes», adianta a ANEOP.

Os responsáveis da ANEOP traçam um quadro ainda mais negro, ao dizer que «as perspectivas até ao final do ano não são animadoras tendo em atenção o volume de obras públicas licitadas e adjudicadas até ao final de Novembro de 2005».

A um mês do final de 2005, a ANEOP destaca que o valor licitado está cerca de 20% abaixo do registado em 2004, ano esse que já havia sofrido uma redução forte nas intenções de investimento público. Também se verifica que o valor adjudicado está cerca de 9% abaixo do apurado em onze meses de 2004, «decréscimos estes que não contribuem para alterar o estado de espírito pessimista que os empresários detêm, conforme revelam nas respostas ao inquérito mensal do INE».