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Constâncio intervém na guerra do BCP

O Banco de Portugal segue com enorme atenção a situação de crise que se vive no BCP e, por isso, Vítor Constâncio tomou a iniciativa de mostrar a sua preocupação aos principais responsáveis do banco, bem como a alguns accionistas.

28 de Junho de 2007 às 07:55
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O Banco de Portugal segue com enorme atenção a situação de crise que se vive no BCP e, por isso, Vítor Constâncio tomou a iniciativa de mostrar a sua preocupação aos principais responsáveis do banco, bem como a alguns accionistas.

Ao que o "Diário Económico" apurou, o governador optou por transmitir a sua mensagem de forma discreta, até porque o banco central, responsável pela supervisão prudencial do sector financeiro, não tem  qualquer competência legal para intervir num caso de guerras internas e divisões entre accionistas de um banco.

No entanto, como se trata do maior grupo financeiro privado português e  cabe ao Banco de Portugal zelar pela estabilidade do sector, Vítor Constâncio entendeu ser pertinente uma intervenção informal, no sentido de alertar Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto para as consequências que esta instabilidade poderá ter no BCP, mas também no sector. O que o governador do Banco de Portugal pretendeu foi pressionar os responsáveis do banco para uma resolução rápida deste conflito. Ou seja, que se clarifique rapidamente a relação de forças e a liderança do BCP.

No entendimento do Banco de Portugal, esta situação polémica é tanto mais preocupante, pois surge após o fracasso da oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI, de acordo com o "Diário Económico". Esta ofensiva hostil arrastou-se ao longo de mais de um ano, o que condicionou a gestão das duas instituições envolvidas na oferta.

Terá sido, aliás, no âmbito da OPA,  que as divergências entre Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto e entre os accionistas do banco se acentuaram. Mas foi, sobretudo, a partir da polémica assembleia geral (AG) de 28 de Maio que se tornaram evidentes as desavenças entre os dois banqueiros sobre o modelo de governação do banco. O fundador do BCP apresentou uma proposta de alteração estatutária que previa, entre outras aspectos, um reforço dos poderes do órgão que preside, o conselho geral e de supervisão. O engenheiro acabou, no entanto, por retirar a proposta porque, supostamente se apercebeu que a mesma iria ser chumbada.

Desde a AG, tem-se assistido a uma guerra aberta entre as duas facções na conquista de aliados. A liquidez recorde das acções do BCP ontem na bolsa traduz, aliás, uma corrida dos dois grupos de accionistas pela conquista de poder. Os aliados de Paulo Teixeira Pinto e os de Jardim Gonçalves têm vindo a reforçar as suas posições. A luta manter-se-á acesa até à AG, o local do veredicto final.

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