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Como Blankfein passou a sua última noite como CEO do Goldman

A festa no Plaza Hotel na noite de quinta-feira, 27 de Setembro, não foi a despedida de Lloyd Blankfein do Goldman Sachs após 36 anos — 12 deles como presidente do banco.

Bloomberg
06 de Outubro de 2018 às 19:00
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A festa no Goldman "não está marcada", disse Blankfein a caminho da mesa onde um prato de robalo e uma taça de Guenoc Cabernet o aguardavam. "Com alguma sorte, eles vão esquecer-se de mim antes que eu precise disso."

 

Na sua última noite como CEO do Goldman, Blankfein preferiu comparecer ao evento de beneficência de uma fundação que estuda o linfoma, em homenagem a John Leonard, médico que tratou o executivo deste tipo de cancro há três anos.

 

"Estou realmente feliz por estar aqui e, falando meio a sério, fico verdadeiramente feliz por estar em qualquer lugar", disse Blankfein, 64 anos, no palco do salão principal do hotel, em Nova Iorque. "É especial para a minha família e para mim poder honrar a pessoa que nos guiou por uma tempestade muito turbulenta e por um território totalmente novo para nós."

 

Blankfein e a esposa Laura ajudaram a angariar mais de 2,3 milhões de dólares para a fundação, que apoia cientistas em início de carreira e oferece programas educacionais.

 

Algumas doações grandes foram feitas para homenagear o casal Blankfein, incluindo 100.000 dólares de John e Susan Hess, 75.000 dólares de David Geffen (que recebeu o casal no seu iate durante o último Verão), e 50.000 dólares de Ken Griffin.

 

"Não terminei"

Não está claro para ninguém o que Blankfein fará a seguir. "Ainda mão pensei em nada, mas fá-lo-ei", disse. "Acabou no Goldman, mas não vou parar de trabalhar."

 

Blankfein comentou que se sente "com energia" pela situação. "É estranho. Estou no Goldman Sachs há tanto tempo e sempre me questionei o que teria por baixo se descolasse o Goldman da minha cara. Mas estou animado para descobrir. Nenhuma sugestão razoável será ignorada."

 

Um colega de Blankfein da Universidade Harvard, o dermatologista Roy Geronemus, tinha informações mais precisas: "Ele recusou a minha oferta de trabalhar no desenvolvimento de negócios no Centro de Laser e Cirurgia da Pele." Geronemus lembra que, quando andava na universidade, Blankfein era um comediante. "Ninguém achava que ele faria algo, ele só contava piadas."

 

"Eu adorava que ele resolvesse lidar com algum problema da cidade de Nova Iorque ou do país", revelou Jonathan Mechanic, responsável pela área imobiliária do escritório de advocacia Fried Frank. "Ele tem cérebro, criatividade e oportunidade para fazer a diferença."

 

"Curtir a vida"

Lance Meyerowich, do Wells Fargo, já trabalhou no Goldman e também superou um linfoma. Este responsável acha que Blankfein devia "curtir a vida, dar um tempo — as pessoas trabalham muito até ao fim, é uma loucura".

 

Com apenas mais um dia de trabalho pela frente, Blankfein não pensava tão longe. "Acho que, depois que deixar de ser CEO, vou descansar no fim-de-semana. Hoje estou a dedicar-me às descobertas sobre linfoma. Se eu não fizer nada por um longo período, será porque sempre o planeei."

(Texto original: Lloyd Blankfein Spent His Last Night as Goldman Sachs CEO at a Cancer Benefit)

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