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Comissão de Trabalhadores desaconselha compra de acções
A comissão de trabalhadores da EDP não aconselha os colaboradores da eléctrica nacional a adquirirem acções da EDP Renováveis, invocado as "más experiências" do passado e a falta de informação relativamente à Oferta Pública Inicial (IPO). O mau desempenho
A comissão de trabalhadores da EDP não aconselha os colaboradores da eléctrica nacional a adquirirem acções da EDP Renováveis, invocado as "más experiências" do passado e a falta de informação relativamente à Oferta Pública Inicial (IPO). O mau desempenho em bolsa de uma empresa comparável, a espanhola Iberdrola, é outro dos argumentos.
Apesar do desconto de 5% no preço final de cada acção e dos trabalhadores poderem dar ordem de compra até 1.200 acções - tendo a garantia de que as suas ordens serão satisfeitas na totalidade - a comissão que representa os trabalhadores da eléctrica avisa para eventuais perigos. "Não aconselhamos a compra destas acções [da EDP Renováveis], porque esta é uma operação feita para a banca e para os grandes grupos. Se olharmos para a má experiência do passado, das várias fases de privatização da EDP, podemos ver que houve trabalhadores que perderam muito dinheiro", explica José Franco Antunes, responsável da comissão de trabalhadores e representante da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas (Fiequimetal) - afecta à CGTP.
Posição idêntica tem António Cardoso Lopes, do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (Sindel), associado da UGT. "Não podemos correr o risco de aconselhar as pessoas a comprar acções e depois acontecer como aconteceu no passado [na privatização da EDP], em que os bancos apresentaram muitas facilidades, os trabalhadores endividaram-se e depois acabaram por perder muito dinheiro", resume o responsável sindical antes de sublinhar que não tem "informações objectivas [da operação] a não ser as que chegam pela comunicação social.
Aliás, a falta de informação relativamente ao IPO é outro dos argumentos que faz a comissão de trabalhadores desaconselhar a compra de acções da EDP Renováveis. José Franco Antunes garantiu que até ao final da tarde de ontem não tinha recebido "qualquer tipo de informação da empresa relativamente a essa matéria". Apesar das condições especiais de que gozam os colaboradores nesta operação, o presidente da comissão de trabalhadores continua a defender que os seus representados "não tirarão daqui [da compra de acções] grandes vantagens". Para sustentar a ideia de que o investimento na EDP Renováveis "não é uma situação confiável", José Franco Antunes pede aos trabalhadores que olhem para Espanha e para o exemplo da Iberdrola, uma empresa comparável "que já desvalorizou 16%... 17%".
É de risco que se fala e é com base nele que José Mendes, da Associação de Trabalhadores do Sector Energético e Telecomunicações (ASOSI), justifica as cautelas. "Estamos a falar de participações que são sempre participações de risco. Tendo em conta a actual crise da economia e a instabilidade dos mercados, é muito arriscado esta a sugerir [a compra de acções]", esclarece o representante do sindicato independente.