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Colt Telecom espera atingir «break even» e duplicar facturação em 2004
A Colt Telecom Portugal espera mais do que duplicar a facturação em 2004 e atingir «break even» no primeiro semestre do próximo ano, com a contínua aposta em clientes «corporate», serviços dados e na construção de fibra óptica própria na área metropolitan
A Colt Telecom Portugal espera mais do que duplicar a facturação em 2004 e atingir «break even» no primeiro semestre do próximo ano, com a contínua aposta em clientes «corporate», serviços dados e na construção de fibra óptica própria na área metropolitana de Lisboa, disse Adelino Santos, administrador-delegado da operadora nacional.
A operadora de telecomunicações britânica está em Portugal desde há dois anos, mas só há um ano começou a construir fibra óptica na região de Lisboa, que levou ao impulso das actividades no nosso país.
«Contamos no próximo ano, crescer 100 a 130% a nossa facturação face a este ano e ter “free cash flow” positivo no primeiro semestre de 2004», adiantou Adelino Santos, em conferência de imprensa, para dar conta do balanço e das perspectivas da operadora em Portugal.
Esta operadora centrou a sua actividade em clientes de «nicho», geografias específicas e na construção de uma rede própria de telecomunicações, razões apontadas por Adelino Santos como alicerces do sucesso.
«Nenhum operador que começou há 12 meses a apostar em Portugal, tem estas margens e EBITDA positivo. Isto deve-se ao nosso foco», sublinhou a mesma fonte.
Desde Setembro de 2002 que a Colt construiu 110 quilómetros de rede de fibra óptica que implicou investimentos de 35 a 36 milhões de euros. Metade deste valor foi gasto em rede e a outra metade em electrónica.
A estratégia da Colt foi a de só construir rede onde a rentabilidade estaria assegurada, tendo conseguido clientes como a maioria dos bancos nacionais e as grandes multinacionais, bem como órgãos da administração pública que representam 7% da sua facturação em Portugal.
«Não somos operadores de grande volume. Vamos ser sempre operadores de “nicho”, mas o que nos interessa é onde está o lucro e o retorno. Neste sentido, não há investimento estratégico sem viabilidade rápida», declarou o mesmo responsável.
Investimentos de 6,5 milhões
Para o próximo ano, os investimentos serão mais comedidos. A empresa prevê despender 6,5 milhões de euros na construção de mais fibra onde há grande concentração de grandes empresas. Locais como o Tagus Park ou Queluz poderão ser alternativas de investimento.
Pela lógica do negócio, a área metropolitano do Porto está descartada. «Já estudámos o cenário do Porto, mas para nós é desinteressante. O Porto tem muita dispersão de empresas e há muitas pequenas e médias empresas (PME’s)», afirmou Adelino Santos.
O incremento do peso da administração pública na facturação da Colt Portugal é outra das estimativas da operadora. Este segmento deverá passar a representar 15 a 20% da facturação total no próximo ano.
Nos últimos dois trimestres, a Colt Portugal alcançou resultados operacionais positivos, tendo crescido as receitas em 640% nos últimos meses. A empresa escusa-se a especificar valores por estar cotada em Londres e no Nasdaq.
A empresa acredita passar a ter crescimentos «maduros», a partir do quarto ou quinto ano da actividade, mas até lá, espera instalar cinco quilómetros de fibra por dia e ligar um a dois edifícios por semana.
Cerca de 72% da facturação da Colt Telecom Portugal provém dos dados, 24% da voz e 4% do alojamento.
A aposta continuará a ser nos dados com a implementação de rede própria. Para cobrir toda a área metropolitana, Adelino Santos acredita que 200 quilómetros de fibra chegará.
Colt não está disponível para financiar serviço universal
Analisando o sector em Portugal, Adelino Santos fez questão de falar sobre as questões regulatórias que inquietam o mercado. Mencionou que não estava disponível para financiar o serviço fixo universal.
A Portugal Telecom quer dividir estes custos, que ascendem a 150 milhões de euros por ano, com os restantes operadores fixos. A Colt Telecom, por seu lado, junta-se a outros novos operadores que não querem suportar estes custos.
Sobre os pagamentos dos direitos de passagem aos municípios, Adelino Santos lembrou que a operadora já assume estes custos e está a estudar se passará para a factura dos seus clientes. «Se a PT o fizer, faremos», rematou.
Nos próximos tempos, o líder da Colt entende que a «a PT vai continuar a ser forte, os móveis vão canibalizar os fixos, os novos negócios como Wi-Fi vão ser negligenciáveis, os operadores de nicho vão continuar a fortalecer-se e os operadores sem infra-estrutrura estão em maus lençóis». Adelino também não acredita em operações de concentração ou novas aquisições no próximo ano.